As renas que estavam no parque de Natal em Algés, Oeiras, regressaram ao Refúgio do Magoito, depois de o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ter estado no espaço e constatado que faltava uma licença.
Em declarações à agência Lusa, Rui Madureira, da organização, explicou que o ICNF esteve há dois dias na Cidade do Natal, numa primeira visita, e “verificou que estavam reunidas todas as condições para o bem-estar e segurança dos animais, não tendo sido identificados quaisquer constrangimentos”.
No entanto, o responsável adiantou que, ao final da noite de segunda-feira, o ICNF voltou e explicou que faltava “uma comunicação estritamente administrativa”, tendo em conta um decreto-lei de julho que estabelece o regime jurídico aplicável ao controlo, à detenção, à introdução na natureza e ao repovoamento de espécies exóticas da flora e da fauna.
“Nos termos da nova legislação, confere ao ICNF o direito de se pronunciar depois de os promotores [de um evento com a presença de animais] apresentarem um requerimento quando têm em exposição animais exóticos”, explicou Rui Madureira.
Segundo o responsável, trata-se de um requerimento “com um caráter informativo, já que nele tem de constar quantos animais são, espécie, o local onde vão estar e o promotor”, afirmando que não precisa de estar qualquer “informação fitossanitária”.
“A inspeção sanitária é da responsabilidade da câmara de Oeiras, que já esteve por diversas vezes no recinto e já emitiu todas as licenças necessárias e exigidas”, acrescentou. De acordo com Rui Madureira, a organização do evento já entregou o requerimento estando a aguardar o seu deferimento.
Chuva de críticas
A Capital do Natal foi apresentada como um “sítio mágico” que dá a oportunidade de se “brincar com neve real”, “patinar na maior pista de gelo” e ver espetáculos de luzes num grande lago no centro do recinto, entre outros, mas centenas de turistas espanhóis reclamaram querendo o dinheiro de volta e o encerramento do parque, alegando que a imagem que lhes foi vendida não corresponde à realidade, e que “nem neve havia”.
A organização da Capital do Natal, admitiu na terça-feira que alguns turistas espanhóis possam ter sido induzidos em erro pela promoção do evento feita por agências e blogues, reconhecendo que nem tudo correu bem no dia da abertura.
Rui Madureira explicou à agência Lusa que a organização começou a reparar em críticas que surgiram nas redes sociais no sábado à noite, que provocaram “surpresa”, e que depois de analisado o conteúdo foi verificado que “várias agências de viagens, sites e blogues em Espanha” divulgaram informações que não correspondiam à realidade.
“Pura e simplesmente tinham apanhado as informações que estavam disponíveis nos meios de comunicação social em Portugal, e com traduções livres induziram as pessoas em erro”, disse Rui Madureira, adiantando que estas entidades criaram uma imagem a que a organização é “alheia, numa perspetiva falaciosa do projeto”.
Polémica com as renas
A presença das renas também gerou várias críticas por estarem no recinto em determinadas condições, no entanto, Rui Madureira explicou que os animais “estão devidamente licenciados”, e que pertencem à associação Burro do Magoito, “extremamente idónea e fidedigna na gestão de animais já com vários anos de existência” e que está “lado a lado com a proteção animal”.
“As renas não têm qualquer tipo de função, são meramente contemplativas, fazem parte do imaginário das crianças, que associam o Natal às renas”, explicou, adiantando que os animais “não possuem hastes dado que caem no inverno e crescem na primavera”.
Em relação à fotografia em que aparece uma rena deitada no chão, Rui Madureira esclarece que “não é por estar deitado que um animal é maltratado”, salientando que os animais por vezes deitam-se como os cães ou os gatos domésticos.
Entretanto, a organização do evento anunciou, em comunicado enviado às redações, que decidiu retirar definitivamente os animais da Capital do Natal.
“Apesar de considerarmos estarem reunidas todas as condições ideais para o bem-estar dos animais, condições essas que foram atestadas por todas as entidades envolvidas no processo de certificação, antes e após a abertura do Parque, somos sensíveis aos comentários e diferentes perceções que temos recebido, e optámos por retirar as renas do recinto, de forma a não ferir a susceptibilidade de quem nos visita”, diz a empresa promotora, a Christmas Fun Park, numa nota a que o jornal Público teve acesso.
// Lusa
Ah sim ,agora foram erros de tradução…e a culpa é das agências de viagens,sites,etc….claro,claro …a propria organizaçao da festa nao anunciou neve verdadeira nem nada,pois nao ? E nem neve existia! E com bilhetes com valores bem altinhos ainda por cima,que golpe vergonhoso deram às pessoas !