(dr) Shimon Kolkowitz
Uma equipa de investigadores criou um dos relógios atómicos de maior desempenho de sempre, que permitirá estudar ondas gravitacionais e a matéria escura.
Ao contrário do relógio que trazemos ao pulso ou daquele que temos eternamente avariado em casa, os relógios atómicos são usados para rastrear as ressonâncias das frequências dos átomos — normalmente os átomos de césio ou rubídio.
Os relógios usam lasers para medir as vibrações dos átomos, que oscilam numa frequência constante, como se fossem pêndulos microscópicos sincronizados.
Os melhores relógios atómicos são tão exatos que, se tivessem começado a funcionar desde o princípio do Universo, há 13,8 mil milhões de anos, hoje só estariam atrasados cerca de meio segundo.
Recentemente, físicos da Universidade de Wisconsin-Madison anunciaram a descoberta de um dos relógios atómicos de maior desempenho de todos os tempos. Os cientistas chamam-lhe “relógio atómico de rede ótica”.
O relógio consegue medir diferenças no tempo com precisão suficiente equivalente a perder apenas um segundo a cada 300 mil milhões de anos. É o primeiro exemplo de o equivalente a seis relógios separados no mesmo ambiente.
A invenção tem a capacidade de procurar ondas gravitacionais, detetar matéria escura e descobrir novas físicas, escreve o Tech Explorist.
“Relógios de rede ótica já são os melhores relógios do mundo, e aqui temos esse nível de desempenho que nunca ninguém viu. Estamos a trabalhar para melhorar o seu desempenho e desenvolver aplicações emergentes” que apenas são possíveis graças a esta inovação, disse Shimon Kolkowitz, coautor do estudo.
Ao contrário dos outros relógios atómicos, que precisam de um laser sofisticado, este novo relógio apenas precisar de um laser banal, reduzindo em muito os custos.
Neste relógio multiplexado, os átomos de estrôncio podem ser separados em vários relógios dispostos sequencialmente numa câmara de vácuo.
A equipa de investigadores apontou simultaneamente um laser para dois relógios e comparou-os. Os autores descobriram que o número de átomos com eletrões excitados permaneceu o mesmo entre os dois relógios até 26 segundos.
Durante este tempo — superior ao dos outros relógios atómicos —, os cientistas podem realizar experiências importantes.
“Normalmente, o nosso laser limitaria o desempenho desses relógios. Mas como os relógios estão no mesmo ambiente e têm a mesma luz, o efeito do laser desaparece completamente”, explica Kollwitz.
Os resultados do estudo foram publicados, na semana passada, na revista científica Nature.
“anunciaram a descoberta de um dos relógios atómicos de maior desempenho de todos os tempos”
Um erro muito frequente. Esse relógio estava escondido numa caverna e os cientistas anunciaram a sua descoberta. É isso? 🙂
Não quer dizer “anunciaram a invenção” ou “anunciaram a criação”?