“Relógio de ADN” pode ajudar a prever a mortalidade

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Um grupo de cientistas conseguiu identificar uma espécie de “relógio de ADN” que pode ajudar a prever quantos anos de vida restam a uma pessoa.

Uma investigação, publicada na Genome Biology, e levada a cabo durante mais de 14 anos por uma equipa da Universidade de Edimburgo, concluiu que as mudanças que ocorrem no ADN de uma pessoa, ao longo da sua vida, podem ajudar a determinar a morte prematura num indivíduo.

É quase senso comum que a cronologia do tempo não determina exactamente a idade do nosso corpo, isto é, o seu real estado orgânico. Há jovens com um físico menos cuidado e há, por outro lado, pessoas mais velhas muito melhor preservadas.

Foi precisamente com o intuito de determinar uma medida biológica da idade que os investigadores da Universidade de Edimburgo estudaram mais de 5 mil pessoas e, especificamente, as alterações químicas ocorridas nos respectivos ADN, ao longo das suas vidas.

Estes cientistas conseguiram, desta forma, desenvolver um “relógio biológico da idade”, isto é, determinar a idade previsível da pessoa como reflexo do estado do seu genoma e, logo, compará-la com a sua idade real.

“As pessoas cuja idade biológica era maior do que a sua idade real têm maior probabilidade de morrer mais cedo do que aquelas com idades biológicas e reais iguais”, salientam os investigadores, citados no site da Universidade de Edimburgo.

ed.ac.uk

O professor Ian J. Deary, investigador da Universidade de Edimburgo, na Escócia

O professor Ian J. Deary, investigador da Universidade de Edimburgo, na Escócia

Mesmo com a introdução de doenças crónicas ou de consumo de tabaco na equação, manteve-se a relação entre um relógio de ADN mais acelerado e uma morte mais prematura, afiança a mesma fonte sobre as conclusões dos cientistas.

“Este novo estudo aumenta a nossa compreensão da longevidade e do envelhecimento saudável”, realça o psicólogo Ian Deary, especialista em envelhecimento cognitivo e o líder da equipa de investigadores responsável pelo estudo.

“É entusiasmante, porque identificou um novo indicador de idade, o que melhora a previsão do tempo de vida para além e apesar da contribuição de factores como o tabaco, a diabetes ou as doenças cardiovasculares”, acrescenta Deary.

SV, ZAP

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