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Cobertura global de corais caiu para metade desde 1950, revela relatório

A cobertura global de recifes de coral caiu para metade desde 1950, cenário originado pelo aquecimento global, pesca excessiva, poluição e destruição de habitats naturais, revelou uma análise divulgada esta sexta-feira.

Desde a Grande Barreira de Corais, na Austrália, até ao Banco Saya de Malha, no Oceano Índico, os recifes de coral e a diversidade de espécies de peixes que estes sustentam estão em declínio acentuado, uma tendência que deverá aumentar enquanto o planeta continua a aquecer, mostrou o relatório, publicado na One Earth e citado pelo Guardian.

No estudo – que contém dados recolhidos em 87 países -, os especialistas constataram que a cobertura total dos recifes caiu para metade e a diversidade de espécies nesses locais diminuiu mais de 60%.

Os recifes de coral são uma fonte vital de alimento para milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente para as comunidades indígenas de zonas onde os peixes são a principal fonte de proteína animal.

O líder do estudo, Tyler Eddy, cientista da Universidade Memorial de Newfoundland, no Canadá, ficou surpreso com a extensão da escala do declínio global dos recifes de coral. “Os recifes de coral estão entre os ecossistemas mais sensíveis do planeta, sendo os primeiros a experimentar os efeitos das mudanças climáticas”, referiu.

“Se olharmos para as tendências da cobertura de recifes de coral ao nível dos países, constatamos que alguns dos maiores declínios ocorrem na Papua Nova Guiné, na Jamaica e em Belize”, continuou.

A equipa notou igualmente que a composição das espécies nos recifes estava a mudar em algumas áreas, com as espécies de peixes mais resistentes a se tornarem dominantes.

John Bruno, ecologista marinho da Universidade da Carolina do Norte e coautor do estudo, disse que, apesar das diferenças regionais, a saúde global dos recifes continua em declínio.

“Continuamos a perder corais na maioria dos recifes do mundo”, indicou. A rápida intensificação das ondas de calor marinhas têm levado “a branqueamentos mais frequentes e graves, incluindo em alguns dos recifes de coral mais isolados do mundo”, sublinhou.

No Caribe, um estudo recente revelou que os recifes estão a diminuir cerca de 0,25% ao ano. “Nos últimos anos, os recifes caribenhos foram atingidos por furacões e novas doenças, ambos ligados ao aquecimento dos oceanos”, acrescentou Bruno.

Taísa Pagno //

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