Reino Unido enfrenta a maior greve dos últimos anos. Meio milhão de trabalhadores paralisados

Adam Vaughan / EPA

Cerca de meio milhão de trabalhadores deverão esta quarta-feira participar na maior greve no Reino Unido em mais de uma década, incluindo professores, trabalhadores dos transportes e guardas de fronteiras, para reivindicar melhores salários.

Antevê-se o encerramento ou o cancelamento de aulas em universidades, escolas primárias e secundárias. É expectável, no entanto, que vários estabelecimentos estejam abertos para alguns alunos, sobretudo aqueles vão fazer exames do ensino secundário.

Para o National Education Union (NEU), o principal sindicato dos professores, este é o primeiro de sete dias de greves convocados, afetando cerca de 23.000 escolas a nível nacional em Inglaterra e País de Gales, enquanto nos restantes dias as paralisações estarão concentradas em determinadas regiões.

O NEU rejeitou o aumento de 5% oferecido pelo executivo britânico, exigindo um valor acima da taxa de inflação, que desacelerou em dezembro para 10,5%, mas que continua num dos níveis mais altos em 40 anos.

Cerca de 100.000 funcionários públicos dos Ministérios da Saúde, Ambiente e Economia também deverão aderir à jornada de protesto.

A paralisação também deverá ser sentida no setor dos transportes, nomeadamente comboios e autocarros, que iniciaram as ações de contestação laboral no ano passado e que vão continuar na quinta e sexta-feira, e em vários setores da função pública.

O governo britânico já alertou os passageiros para tempos de espera mais longos no controlo dos passaportes nos aeroportos e nos portos marítimos, apesar de ter mobilizado militares, outros funcionários públicos e voluntários para minimizar os potenciais atrasos.

Na próxima semana estão previstas mais greves dos enfermeiros, tripulantes de ambulâncias, enquanto os bombeiros estão para decidir sobre as datas das primeiras greves da profissão em 20 anos.

Na terça-feira, o primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, reiterou que aumentos nos salários da função pública resultaria numa subida dos impostos, o que quer evitar tendo em conta a crise do aumento do custo de vida.

Lusa //

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