Rei dos Diamantes e magnatas do petróleo “amigos” de Putin querem ser portugueses

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Comunidade Israelita Porto / Wikipedia

Sinagoga Kadoorie Mekor Haim, sede da Comunidade Judaica do Porto

Vários oligarcas russos, um dos quais é alvo de sanções no âmbito da guerra na Ucrânia, foram certificados como judeus sefarditas e estão à espera de obter a nacionalidade portuguesa. Entre eles estão magnatas do petróleo próximos de Putin, o Rei dos Diamantes e milionários com ligações ao crime organizado.

Os multimiolionários russos God Nisanov e Gavril Yushvaev, que têm ligações ao crime organizado, foram certificados como judeus sefarditas pela Comunidade Israelita do Porto (CIP) e aguardam a naturalização portuguesa, conforme apurou o Público.

Nas mesmas condições estão os oligarcas russos Alexander Smuzikov e Alexander Kaplan que são sócios e fizeram fortuna na área do petróleo, sendo ambos considerados próximos do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Kaplan integra mesmo a lista de empresários russos sancionados no âmbito da guerra na Ucrânia, acusado de apoiar financeiramente o Governo de Putin.

Estes empresários aguardam desde 2020 a sua naturalização como portugueses e já receberam o parecer positivo da Polícia Judiciária (PJ), como refere o Público.

Smuzikov chegou a estar preso, antes de fazer fortuna, após ter sido condenado por roubo e posse de armas. Está também referenciado nos “Pandora Papers“, investigação jornalística que revelou a fortuna oculta de multimilionários em paraísos fiscais e empresas offshore.

“Rei dos Diamantes” também aguarda naturalização portuguesa

O “Rei dos Diamantes”, Lev Leviev, que é considerado um amigo íntimo de Putin, também aguarda a naturalização portuguesa. O Público refere que o seu processo deu entrada no Conservatória dos Registos Centrais, sob a tutela do Ministério da Justiça, a 6 de Novembro de 2020, após ter sido certificado como judeu sefardita pela CIP.

“Isto apesar de ser um judeu proveniente das comunidades de Bukharan, na Ásia Central, que não eram descendentes de judeus sefarditas, mas que, de acordo com a Jewish Virtual Library, adoptaram as sua tradições e orações, no final do século XVIII”, destaca ainda o jornal.

Leviev tem as nacionalidades russa, israelita e cipriota e uma fortuna que, em 2018, foi avaliada em mil milhões de dólares pela revista americana Forbes.

O processo de naturalização inclui o Rei dos Diamantes, a sua esposa Olga e as filhas, Chagit Leviev e Zviya Leviev. Chagit Leviev, de 36 anos, é a presidente do Leviev Group USA, a empresa norte-americana que integra o grupo empresarial do pai que movimenta milhares de milhões de dólares.

Chagit Leviev / Instagram

Chagit Leviev (c) com o presidente de Israel, Isaac Herzog (e), durante visita ao Knesset, parlamento israelita.

Lev Leviev nasceu na antiga república soviética do Uzbequistão em 1956, mas imigrou para Israel com 14 anos. Começou por trabalhar numa fábrica de polimento de diamantes e acabou por abrir o seu próprio negócio nesta área.

Actualmente, é dono da LLD Diamonds, “a maior empresa privada mundial de diamantes, que controla todas as fases do processo, desde a produção até ao mercado”, como nota o Público.

Chegou a ser investigado pelas autoridades israelitas por suspeitas de ligações a uma rede de contrabando de diamantes, mas o processo contra Leviev foi arquivado em 2022, após a “LLD Diamonds se ter declarado culpada e ser condenada por contrabando e branqueamento de capitais” a uma multa de 6,3 milhões de euros, apurou o mesmo jornal.

No âmbito dessa investigação, vários altos funcionários da empresa e um filho de Leviev foram detidos. A imprensa israelita anunciou que o empresário alcançou um “acordo informal” com o Ministério Público que lhe garantia que não seria preso.

A confissão do antigo administrador da LLD Diamonds que levou à condenação da empresa não incluiu qualquer referência a Leviev.

Susana Valente, ZAP //

7 Comments

  1. não se percebe o porque desta lei que deixa nos religiosos o poder de decidir ao que parece a troço de dinheiro…
    que vão para israel… afinal…

  2. São os lobbies e a corrupção que permitam isso. A Russia do Putin quer restaurar um país de mistura entre Czarismo e comunismo, o primeiro bem conhecido dos pogroms e o segundo fundado na doutrina de Marx, portanto sempre em fricção com dinheiro e poder.
    O problema é que os Portugueses não tem dinheiro nem tempo para qualquer fiscalização e sempre apenas actuam quando o caldo entornar.
    Esta Lei foi feita a medida, por encomenda mesmo e até, sabendo que é uma fraude, não fazem nada, porque o dinheiro é muito.
    A podridão de Portugal está nos advogados que governam esta sociedade e fazem dela o que lhes bem apetece

  3. Se querem ser portugueses irão ser com certeza pois há sempre alguém que por um ‘preço’ certo arranja uma lei, ou um esquema legal para o conseguir. Mas, já agora, já cá temos tantos pulhas que que não se irá notar mais uns quantos na sociedade nacional 🙂

  4. Qual o interesse deles? Lembram-se agora deste país pequenino porquê? Nem pensar. Que tenham a nacionalidade de onde nasceram.

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