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Artemis I: um pequeno passo para o regresso à Lua (que foi adiado para sexta)

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NASA

Buzz Aldrin, o segundo homem na Lua

A missão não tripulada à Lua vai preparar o terreno para os humanos voltarem ao nosso satélite natural. O lançamento estava previsto para hoje, mas foi adiado para sexta-feira.

A missão Artemis I aconteceria esta segunda-feira, a partir das 13h33 (hora de Lisboa), mas o lançamento ficou adiado. O percalço foi devido à dificuldade em controlar a temperatura de um dos quatro motores do foguetão.

“O lançamento da Artemis I não vai mesmo acontecer porque as equipas estão a trabalhar num problema com um fuga de hidrogénio a afetar o motor. As equipas continuarão a recolher dados”, anunciou a NASA.

A próxima oportunidade para o lançamento será sexta-feira, dia 2 de setembro, às 17h48 de Lisboa. No entanto, ainda não está confirmado que se realize nesta data. A outra data disponível será na próxima segunda-feira, dia 5 de setembro.

Este será um teste de voo ainda não tripulado à Lua que, vai preparar o regresso de astronautas à superfície lunar.

A missão faz parte de um conjunto de missões do programa Artemis, que tem como objetivo a permanência de longa duração dos humanos na Lua, preparando-se para um dia serem enviados para Marte.

A Artemis I será lançada a partir do Centro Espacial Kennedy da NASA, na Florida. O foguetão Space Launch System (SLS), considerado “o mais poderoso no mundo” pela NASA, vai estar na plataforma de lançamento, bem como a cápsula Órion e os sistemas de ligação à Terra.

O foguetão, de 98 metros de altura, é o mais poderoso de sempre construído pela NASA, ultrapassando o Saturn V que levou os astronautas à lua há meio século.

Nas previsões inicialmente divulgadas pela agência norte-americana, havia uma probabilidade de 70% de condições meteorológicas favoráveis para o lançamento.

A janela de oportunidade para que a missão seguisse em direção à Lua era de duas horas. Será possível acompanhar a missão em direto, através do site oficial, no canal e nas redes sociais da NASA.

Se o lançamento se concretizar, a Órion seguirá viagem em direção à órbita da Lua, sendo que a missão está prevista para durar 42 dias, três horas e 20 minutos e espera-se que sejam percorridos 2,1 milhões de quilómetros. O regresso estava marcado para 10 de outubro, no oceano Pacífico.

Esta primeira missão do Artemis vai avaliar o desempenho da Órione do SLS e testar as suas capacidades de fazer com que a cápsula orbite a Lua e regresse à Terra.

Outro dos objetivos será o teste às operações, sistemas e infraestruturas, desde o lançamento da missão, até à recuperação da cápsula no Pacífico.

A inspeção e recuperação de dados da Órion após a missão também serão determinantes para se retirar informações para futuras missões e para que seja possível levar tripulações até à Lua.

A Órion foi feita para levar astronautas para o espaço e é composta por um módulo para uma futura tripulação da Agência Espacial Europeia, que fornecerá eletricidade, água, oxigénio e nitrogénio à cápsula, mas também manterá o veículo à temperatura certa, e um sistema para abortar o lançamento e pôr a tripulação em segurança, caso aconteça algo durante o lançamento ou a subida para a órbita.

A bordo da Órion também vão estar “astronautas”. O comandante será o manequim “Moonikin Campos”, uma homenagem a Arturo Campos, um engenheiro que teve um contributo essencial no regresso da missão Apolo 13 à Terra.

O seu lugar terá sensores para serem registados dados sobre a aceleração e a vibração durante a missão. O seu fato também inclui sensores de radiação, para serem testadas as condições para os futuros astronautas.

Helga e Zohar, troncos de manequins feitos com materiais que imitam ossos humanos, tecidos moles e órgãos de uma mulher adulta também vão na missão.

Estes manequins irão equipados com vários sensores e detetores de radiação. Zohar vestirá um colete de proteção e Helga não, o que será mais um teste para se avaliar os níveis de radiação a que os astronautas estão sujeitos.

Estão ainda reservados lugares para dois astronautas especiais: um boneco da ovelha Choné, pela ESA, e um do Snoopy, pela NASA.

Fuga de combustível interrompe contagem

Na tentativa de descolagem, a NASA teve de interromper a contagem decrescente para o lançamento do voo do foguetão lunar, devido a uma fuga de combustível.

A fuga ocorreu no mesmo local em que surgiram infiltrações durante um teste de contagem decrescente na primavera, segundo a agência norte-americana AP.

Ao detetarem a fuga, os controladores de lançamento interromperam a operação de abastecimento, que já estava atrasada uma hora devido a trovoadas no mar.

O processo foi retomado lentamente para verificar se a fuga de hidrogénio poderá piorar, o que, a acontecer, deverá pôr fim à contagem decrescente.

O foguetão, de 98 metros de altura, é o mais poderoso de sempre construído pela NASA, ultrapassando o Saturn V que levou os astronautas à lua há meio século.

As fugas de combustível prejudicaram o teste de contagem decrescente da NASA em abril, o que provocou uma série de reparações. O teste foi repetido com mais sucesso em junho, mas também foram detetadas algumas fugas.

Os técnicos disseram que não saberiam ao certo se as reparações seriam suficientes até carregarem hoje os tanques do foguetão.

A missão Artemis I tem sofrido vários atrasos que fizeram com que o orçamento deste teste em órbita lunar custasse 4.100 milhões de dólares (mais de 4.130 milhões de euros, ao câmbio atual).

ZAP //

2 Comments

  1. Foi mais fácil irem a lua em 69 directamente de pau sagrado do que agora, no século 21.
    A tecnologia da altura era mais fácil para fazerem a representação do que agora….

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