A atriz brasileira confirmou, na sexta-feira, ter sido convidada pelo Presidente do país para liderar a Secretaria da Cultura do Governo, após a exoneração de Roberto Alvim por ter parafraseado um discurso nazi.
“É isso, recebi o convite. Esta não é a primeira vez que sou convidada para o cargo, que me assusta muito. Estou a pensar, não quero dizer nada, responder nada. Falei com dois filhos meus e eles ficaram surpreendidos, um quanto assustados, com o convite. Tenho de pensar em coisas que não imaginava estar a pensar agora”, revelou Regina Duarte, uma confessa admiradora de Jair Bolsonaro, em entrevista à rádio Jovem Pan.
A artista brasileira declarou ainda que prometeu dar uma resposta ao chefe de Estado até à próxima segunda-feira. “Gestão pública é algo complicado e uma pasta como a da Cultura ainda mais. Este é um país imenso e continental, tem muitos artistas, grupos, criações, vamos querer abraçar tudo”, acrescentou.
A atriz ganhou fama em vários países como protagonista de “Malu Mulher” (1979), uma das séries de maior sucesso no Brasil, e na qual interpretou uma jornalista divorciada que tentava ganhar a vida sozinha, e que na época lidava com questões nunca discutidas na televisão, como sexo, aborto ou drogas. Regina Duarte participou ainda em novelas de grande sucesso como “Roque Santeiro”, “História de Amor” ou “Páginas da Vida”.
Politicamente, a artista apoiou publicamente a eleição dos Presidentes Fernando Collor (1990-1992) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que derrotaram o líder esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva em três eleições consecutivas.
Contudo, a sua posição nunca foi tão clara como em 2002, quando Regina Duarte apoiou o então candidato conservador José Serra e, numa propaganda da sua campanha eleitoral, cunhou o slogan “estou com medo”, numa referência a uma eventual, e posteriormente confirmada, vitória de Lula da Silva nas Presidenciais.
Em 2018, a atriz declarou o seu apoio a Jair Bolsonaro e, durante a campanha, visitou o agora chefe de Estado na sua residência no Rio de Janeiro, enquanto o político recuperava de uma facada que sofreu durante um comício eleitoral.
O convite de Bolsonaro aconteceu depois de o agora ex-secretário da Cultura brasileiro, Roberto Alvim, ter feito um discurso, esta quinta-feira, muito semelhante ao do ministro da propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbels.
Estabelecida a polémica, Roberto Alvim afirmou, na sua conta do Facebook, que a questão não passava de “uma falácia da esquerda” sobre “uma coincidência retórica” entre as duas afirmações.
ZAP // Lusa