Reformas emblemáticas de Rio à espera. Montenegro põe travão

Ricardo Castelo / Lusa

Luís Montenegro, candidato à liderança do PSD

Luís Montenegro, candidato à liderança do PSD, entende que deve ser o próximo líder a decidir o que fazer com os projetos de revisão da lei eleitoral e da Constituição da atual direção.

Na segunda-feira à noite, Paulo Mota Pinto, líder parlamentar do PSD, enviou um email aos deputados a informar que as duas propostas – um projeto de revisão da Constituição e outro projeto para alterar a lei eleitoral – iriam ser “enviadas para discussão e decisão na próxima reunião do grupo parlamentar”, que aconteceu na passada quarta-feira.

Os deputados Miguel Santos, Andreia Neto e Alexandre Poço, todos apoiantes de Luís Montenegro, iniciaram o movimento de contestação. No encontro, repetiram os argumentos que já tinham invocado para criticarem o timing do debate sobre as duas propostas, uma vez que a direção nacional está de saída.

Os parlamentares entendem que não faz sentido o PSD avançar agora com propostas que têm a marca Rio porque isso seria condicionar o novo líder, que ficaria vinculado a essas mesmas propostas.

No entanto, vários deputados saíram em defesa de Rui Rio, pelo que o meio termo foi a solução encontrada: Mota Pinto anunciou que, perante o diferendo, vai falar com os dois candidatos (Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva) para saber se algum deles se opõe à discussão destas propostas.

Se houver oposição, os projetos não avançam.

Ao que o Expresso apurou, ninguém tentou falar com os candidatos até esta quinta-feira à tarde. Enquanto Moreira da Silva sugere que não se irá opor a que seja Rio a abrir o processo, dado que “é líder da oposição até ao fim”, a posição de Montenegro é diferente.

Esse trabalho deve ser entregue ao próximo líder e à próxima direção, para se decidir o timing, o modo e o conteúdo final das propostas”, disse fonte próxima ao semanário.

Montenegro sempre defendeu a redução do número de deputados e a introdução do voto preferencial, mas, neste caso, não está em causa uma divergência de conteúdo, mas uma divergência de momentum político.

O candidato não irá pronunciar-se sobre o tema antes de falar com Rui Rio. Só disse que esperava “bom senso”.

ZAP //

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