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Reforma das Forças Armadas. Cravinho recebeu sugestões de chefes militares

Mário Cruz / Lusa

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho

Esta terça-feira, na reunião do Conselho Superior Militar (CSM), João Gomes Cravinho recebeu sugestões para a revisão da Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas. Na próxima semana, o Conselho de Ministros aprova a reforma.

O Expresso avança que os chefes de Estado-Maior dos três ramos – Exército, Marinha e Força Aérea – entregaram ao ministro da Defesa Nacional um memorando com propostas de alteração à nova estrutura superior de comando das Forças Armadas.

A reforma concentra o poder no chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) e está a gerar resistências no topo da hierarquia.

O semanário sabe que o Governo terá dito que ia analisar as sugestões, mas ainda não é claro que ajustamentos vão ser feitos às propostas de alteração das leis que estão em causa – a Lei de Defesa Nacional e a Lei de Bases e Organização das Forças Armadas.

As chefias militares reuniram-se esta terça-feira, em Conselho Superior Militar (CSM), com o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e com o CEMGFA, almirante Silva Ribeiro.

Os generais Nunes Fonseca (Exército), Joaquim Borrego (Força Aérea) e o almirante Mendes Calado (Armada) tentaram influenciar aspetos que têm sido contestados como a falta de clareza na cadeia de chefia dos comandos operacionais dos ramos; o poder deliberativo do Conselho de Chefes de Estado-Maior (que ia passar a consultivo), assim como o despacho com o ministro da Defesa em matérias estruturantes, como a Lei de Programação Militar (que define a compra de equipamento) e a Lei de Infraestruturas Militares (que estabelece o uso e a alienação de imóveis).

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu luz verde às alterações legislativas, mas pôs como condição que a posição das chefias fosse tida em conta.

Acontece que a reforma do Governo para alterar a estrutura superior de comando das Forças Armadas tem causado mal-estar no topo da hierarquia militar.

Há cerca de uma semana, João Gomes Cravinho acusou os opositores de fazerem “mistificações e caricaturas” e criticou o “corporativismo” dos oficiais-generais que se opõem à reforma.

Para justificar a perda de poder das chefias, o ministro explicou que “a orientação política estratégica é atualmente exercida de forma fragmentária, através do diálogo com os quatro chefes militares”.

Liliana Malainho, ZAP //

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