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Supressão de serviços e incumprimento de horários levam a recorde máximo de reclamações

Houve quase 23 mil denúncias contra transportes públicos em 2022. É o número mais alto registado pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), nos últimos sete anos.

O número oficial é 22 600 queixas. Desde 2016 que a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) não registava um número tão alto de reclamações.

São as conclusões do Relatório das Reclamações no Ecossistema da Mobilidade dos Transportes do segundo semestre de 2022, a que o Jornal de Notícias teve acesso.

66% das queixas – 14 609 -, no ano passado, foram sobre operadores de transporte rodoviário e ferroviário de passageiros e do sistema de metro e elétricos.

Os principais motivos de insatisfação são o cancelamento e a supressão de serviços e o incumprimento de horários no transporte rodoviário de passageiros e na ferrovia.

A Rede Nacional de Expressos, o Metro de Lisboa e a CP são as entidades sobre as quais recaem mais queixas.

De acordo com a AMT, as greves, o aumento de procura dos transporte públicos no pós-pandemia e a escassez de motoristas e de veículos também têm vindo a agravar a insatisfação.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, 2022 ainda não levou aos transportes o número de passageiros no período pré-pandemia. Isso é um sinal de alerta, pelo facto de – mesmo com menor número de passageiros – se terem registado mais reclamações.

Na última metade de 2022, os utilizadores foram muito mais críticos: apresentaram 14 416 queixas, quase o dobro das 8184 do primeiro semestre – o que prefaz uma média de 62 queixas por dia, mais 24 do que em 2021 e mais uma do que em 2019, como dá conta o JN.

Nos rios e mares, a AMT verificou, contudo, uma descida no número de queixas, face ao período pré-pandemia: foram 798 denúncias, em relação às 1063 de 2019, a maioria por cancelamento do serviço e incumprimento de horários. A Transtejo – Transportes Tejo, a Soflusa – Sociedade Fluvial de Transportes e a Atlantic Ferries – Tráfego Local, Fluvial e Marítimo foram as principais visadas.

Quanto aos Táxis e TVDE, a AMT registou 796 reclamações, sendo 71 relativas a táxis e as restantes referentes a operadores de TVDE: 579 da Uber e 145 da Bolt. O cancelamento de serviços, problemas com os pagamentos e não emissão de fatura são as principais queixas dos clientes.

ZAP //

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