Reconstrução facial revela o aspeto de um dos mais antigos Homo sapiens da Europa

Cícero Moraes/Jiri Sindelar/Karel Drbal

Uma equipa de investigadores criou uma reconstrução facial de uma mulher da Idade da Pedra, que antes os cientistas pensavam ser um homem.

A reconstrução facial faz maravilhas. Cientistas já a usaram para reconstruir a cara de uma bruxa escocesa que dormiu com o Diabo, de Henrique VII de Inglaterra e do pai do faraó Tutankhamon, entre outros.

Uma equipa de investigadores usou agora essa tecnologia para reconstruir a cara de uma mulher da Idade da Pedra. O seu crânio com cerca de 31 mil anos foi encontrado, na Chéquia, em 1881, sendo que na altura os cientistas pensaram que pertencia a um homem.

Entretanto, num novo estudo publicado num livro online, os cientistas concluem que, na realidade, o crânio encontrado há mais de 140 anos pertencia a uma mulher. O estudo detalha a forma como os cientistas reclassificaram o sexo de “um dos mais antigos Homo sapiens encontrados na Europa”.

Numa tentativa de mostrar a possível aparência desta mulher, que terá morrido aos 17 anos de idade, os autores reconstruiram a sua face, escreve a Smithsonian Magazine.

“Quando o crânio foi analisado individualmente, as características apontavam para um homem”, disse Cícero Moraes, especialista brasileiro e um dos coautores do estudo, em declarações à Live Science. “Mas quando estudos posteriores compararam o crânio com outros encontrados no local, as evidências apontaram para uma mulher”.

Em 2021, o Museu de História Natural de Viena divulgou uma digitalização 3D interativa do crânio. Esta foi a inspiração para os autores do estudo criarem uma reconstrução facial.

Esta reconstrução diferencia-se das restantes principalmente por um motivo. Uma parte da mandíbula do crânio estava em falta, pelo que foi preciso usar cerca de 200 TAC de outros crânios femininos, tanto pré-históricos quanto modernos.

Os autores do estudo criaram duas imagens. A primeira mostra a mulher em tons de cinza com os olhos fechados, que é a abordagem “mais científica e simples”, segundo Moraes. A segunda é “mais subjetiva”, mostrando a mulher colorida com cabelo, sobrancelhas e olhos abertos.

Cícero Moraes/Jiri Sindelar/Karel Drbal

Daniel Costa, ZAP //

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