Mais de 700 prisioneiros foram libertados esta segunda-feira no Irão após a vitória, na sexta-feira, da seleção iraniana sobre o País de Gales, em jogo da segunda jornada do Grupo B do Campeonato do Mundo de Futebol, no Qatar.
A decisão foi anunciada pela agência para a autoridade judiciária iraniana, que lembrou que, depois de perder por 2-6 com a Inglaterra na primeira jornada, a seleção iraniana, treinada pelo português Carlos Queirós, venceu sexta-feira o País de Gales por 2-0 e defrontará terça-feira os Estados Unidos.
Em caso de vitória, o Irão ficará apurado para os oitavos de final da prova.
“Na sequência de uma ordem especial do Chefe da Magistratura decretada após a vitória da seleção nacional de futebol […] sobre a do País de Gales, foram libertados 709 reclusos de diferentes estabelecimentos prisionais do país”, explicou a agência.
Segundo a Irna, entre os que foram libertados estão “algumas pessoas presas durante os últimos acontecimentos”, acrescentou a Irna, sem avançar pormenores.
Por “acontecimentos”, a agência noticiosa referiu-se aos protestos desencadeados pela morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos que morreu três depois de ter sido detida pela Polícia da Moralidade por, supostamente, quebrar o código de vestimenta estrito do país ao usar incorretamente o hijab, ou véu islâmico.
Teerão, que considera a maioria das manifestações como “motins”, acusa “forças estrangeiras” de estarem por trás do movimento de protestos com o intuito de desestabilizar a República Islâmica.
Desde o início dos protestos, pelo menos 426 pessoas foram mortas e mais de 17.400 foram detidas, de acordo com os Human Rights Activists in Iran, grupo que monitoriza o movimento de contestação em curso, segundo o qual pelo menos 56 membros das forças de segurança iranianas foram também mortos.
Morte de Mahsa Amini
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