Cientistas podem ter encontrado receita para regenerar membros de amputados

Todos os anos, mais de um milhão de pessoas em todo o mundo passam pela amputação de um membro.

Embora a medicina regenerativa tenha feito progressos notáveis no cultivo de vários tipos de células, reconstruir membros inteiros continua a ser um desafio.

No entanto, um estudo recente publicado na revista Developmental Cell pode revelar uma via promissora para a regeneração dos membros.

Os cientistas identificaram três proteínas-chave do fator de transcrição de genes – Prdm16, ZBTb16 e Lin28a – que desempenham um papel fundamental no início da formação dos membros durante o desenvolvimento do embrião animal.

Ao aproveitar estas proteínas, os investigadores conseguiram converter células estaminais que não formam membros em versões que formam membros, tanto em embriões animais como em células de cultura, explica a revista científica PNAS.

“Basicamente, conseguimos criar as condições para ancorar o estado da célula no estado progenitor inicial do membro, que mantém o potencial para criar todas as partes do membro”, explicou o coautor do estudo ChangHee Lee, geneticista da Harvard Medical School.

A identificação destas três proteínas como fatores críticos da formação de células progenitoras dos membros foi inesperada. Embora se soubesse anteriormente que estavam envolvidas em fases posteriores do desenvolvimento dos membros, o seu papel essencial nas fases iniciais sublinha a sua importância como ingrediente fundamental na criação de células progenitoras.

Utilizando esta receita proteica, os investigadores podem agora converter fibroblastos de ratos em células progenitoras dos membros, oferecendo uma plataforma valiosa para estudar o desenvolvimento dos membros durante períodos prolongados, em comparação com os métodos anteriores.

Yasu Kawakami, biólogo da Universidade do Minnesota, descreve a investigação como uma “abordagem realmente interessante” à regeneração dos membros.

Ao contrário das células estaminais pluripotentes induzidas (IPS), que têm o potencial de se diferenciar em numerosos tipos de células e colocam desafios em aplicações clínicas, as células progenitoras oferecem uma solução mais direcionada e controlável.

Lee e a sua equipa pretendem aprofundar as vias genéticas que ditam a transformação das células progenitoras em tecidos específicos dos membros, como os dedos e os ossos.

ZAP //

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