O betão é um dos materiais mais usados no mundo, mas a sua produção é uma grande fonte de dióxido de carbono. Agora, engenheiros da Purdue University, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova receita de cimento que pode absorver CO2 duas vezes mais rápido do que o normal.
Depois de aplicado, o betão absorve naturalmente dióxido de carbono da atmosfera ao longo da sua vida. A absorção não é suficiente para neutralizar as emissões libertadas durante a sua produção, mas ajuda a reduzir a pegada de carbono.
Cientistas têm tentado encontrar formas de aumentar essa absorção para que o betão se torne ainda mais “verde”. Recentemente, uma equipa de engenheiros da Purdue University, nos Estados Unidos, descobriu uma maneira de fazer com que o próprio cimento absorva o dióxido de carbono de forma mais rápida e em maiores volumes.
De acordo com o New Atlas, o ingrediente secreto é o dióxido de titânio.
Ao misturar pequenas porções deste material com a pasta de cimento, os investigadores descobriram que a mistura reduzia o tamanho das moléculas de hidróxido de cálcio, o que tornava o cimento mais eficiente na absorção de dióxido de carbono.
A equipa testou então a absorção, colocando amostras numa câmara com elevadas concentrações de CO2 durante 24 horas, e analisou as mudanças da massa ao longo do tempo, através de radiografias 3D da estrutura dos poros.
Assim, os engenheiros descobriram que o dióxido de titânio pode quase duplicar a velocidade com que o cimento absorve dióxido de carbono.
Segundo a equipa da universidade norte-americana, não basta adicionar dióxido de titânio para potenciar o efeito de absorção. É preciso ter em conta a percentagem, que depende da proporção água-cimento e da idade do cimento.
O artigo científico foi recentemente publicado na Construction and Building Materials.