Equipados com um microfone e uma câmara, ratos estão a ser treinados para ajudar em missões de resgate nos destroços após um terramoto.
Para alguns, a mera ideia de um rato pode ser, por si só, aterradora. Se pertence ao grupo de pessoas que pensa assim, saiba que no futuro pode vir a mudar de ideias — pelo menos se tiver o infortúnio de ser vítima de um terramoto avassalador.
Isto porque o Hero Rats Project está a treinar ratos para que atuem em missões de salvamento para navegar pelos escombros de terramotos e encontrar sobreviventes. Os resultados, até agora, são altamente promissores.
“Os ratos seriam capazes de entrar em pequenos frinchas para chegar às vítimas enterradas em escombros”, disse Donna Kean, que lidera o programa de treino de roedores, em declarações à revista Newsweek. “Eles são tão ágeis, tão bons em mover-se por todos os tipos de ambientes diferentes. São perfeitos para trabalhos de busca e salvamento”.
Kean treinou sete ratos para usarem pequenas mochilas e navegar por detritos e depois regressar à “base” quando ouvirem um sinal sonoro.
De acordo com a revista People, estes ratos heroicos levam as mochilas equipadas com um pequeno microfone, uma câmara e um localizador GPS, para que as equipas de salvamento consigam encontrar os sobreviventes e comunicar com eles.
Muitas vezes, é praticamente impossível falar com as pessoas que ficam bloqueadas em edifícios ou debaixo de escombros após terramotos. Devido à agilidade e pequena dimensão dos ratos — aliadas à tecnologia de ponta —, esta poderá ser uma alternativa viável.
“Temos o potencial de falar com as vítimas através do rato”, disse Kean à Newsweek, explicando que uma colega costureira está a fazer as pequenas mochilas dos ratos. “É bastante incomum”.
Kean salientou ainda que os roedores não merecem a sua má reputação: “Há um equívoco de que eles são sujos e pouco higiénicos. Nós tomamos bem conta deles, são animais sociáveis”.
Os sete ratos que Kean treinou precisaram de apenas duas semanas para entender as suas tarefas e executá-las com sucesso em ambientes controlados. O próximo passo é usá-los num terramoto real.
“Ainda não estivemos numa situação real; temos um local simulado de detritos”, explicou à Newsweek. “Esperamos que seja implementado, estamos em parceria com uma equipa de busca e resgate na Turquia. Seria apenas o caso de assim que um terremoto acontecer, providenciar o transporte”.