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Os ratos-toupeira-nus precisam de dióxido de carbono para evitar ter convulsões

Smithsonian's National Zoo / Flickr

Heterocephalus glaber, também conhecido por rato-toupeira-nu

Afinal, os ratos-toupeira-nus também têm uma fraqueza: dependem de altos níveis de dióxido de carbono, caso contrário, têm tendência para ter convulsões.

Estudos anteriores já tinham mostrado que o rato-toupeira-nu (Heterocephalus glaber) tem vários “super-poderes”, nomeadamente a sua capacidade de sobreviver sem oxigénio e de viver em ambientes com altos níveis de dióxido de carbono.

Mas, agora, escreve o site Science Alert, uma nova investigação foi mais além e mostra que o dióxido de carbono é realmente importante para o bem-estar deste animal.

“Ao contrário do que acontece nas suas tocas apertadas, a composição do ar na superfície torna-os vulneráveis a convulsões. Porque é isso que acontece quando perdem dióxido de carbono”, explica o neurocientista Dan McCloskey, da Universidade da Cidade de Nova Iorque (CUNY), e um dos autores do estudo publicado na revista científica Current Biology.

Os investigadores conseguiram chegar à causa desta dependência por CO2 numa variante genética comum chamada R952H que, por sua vez, afeta a proteína KCC2, responsável por regular a quantidade de cloreto nos neurónios do cérebro.

Com o KCC2 fora do normal, o cloreto não consegue fazer o seu trabalho habitual — manter os neurónios calmos e sossegados quando necessário — e, portanto, o cérebro destes ratos tem tendência para acelerar.

“A identificação do polimorfismo genético no rato-toupeira-nu foi uma surpresa. Para além de um pequeno subconjunto de humanos, os ratos-toupeira-nus são agora os únicos outros mamíferos conhecidos que têm essa variante”, afirma o neurocientista Martin Puskarjov, da Universidade de Helsínquia.

Segundo o mesmo site, esta ligação com os seres humanos pode ser importante, uma vez que os cientistas podem aplicar este conhecimento para tentar gerir melhor as convulsões em pessoas com a mesma mutação genética (por exemplo, pessoas com propensão para convulsões febris ou que sofrem de doenças como epilepsia generalizada idiopática, esquizofrenia e autismo).

ZAP //

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