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Ratos paraplégicos voltam a caminhar graças a proteína inovadora

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Rama / Wikimedia

Cientistas criaram e injetaram uma proteína no cérebro de ratos paraplégicos. Após um par de semanas, os ratos recuperaram a capacidade de caminhar.

Não, não é milagre. Uma equipa de investigadores alemães conseguiu restaurar a capacidade de andar em ratos que ficaram paralisados após uma lesão medular. Para tal, criaram o protótipo de uma proteína que foi injetada nos cérebros dos roedores, e que estimula as suas células nervosas a regenerarem-se.

Outros estudos tinham mostrado potencial na restauração de algumas funções dos membros através de terapia de estimulação espinhal. Mas este novo estudo seguiu um caminho diferente, focando-se em reparar os axónios danificados com uma proteína a que os autores chamam de hiperinterleucina-6 (hIL-6).

O axónio é uma parte do neurónio responsável pela condução dos impulsos elétricos que partem do corpo celular, até outro local mais distante, como um músculo ou outro neurónio.

“Esta é a chamada citocina de autor, o que significa que não ocorre assim na natureza e tem de ser produzida através de engenharia genética“, explicou Dietmar Fischer, um dos autores do estudo, num comunicado divulgado no site da Universidade Ruhr-Bochum, na Alemanha.

Os cientistas usaram a hIL-6 em ratos que estavam paralisados de ambas as patas traseiras. Não só os neurónios motores próximos ao local da injeção começaram a produzir hIL-6, mas também a transmitiram a outros neurónios responsáveis por ações como andar.

Com uma única injeção e num curto espaço de semanas, os ratos voltaram a conseguir caminhar. Os resultados do estudo foram publicados, na semana passada, na revista científica Nature Communications.

Lehrstuhl für Zellphysiologie

Rato anteriormente paralisado (em cima) recuperou a capacidade de andar após duas a três semanas de tratamento.

“Em última análise, isto permitiu que os animais anteriormente paralisados que receberam este tratamento começassem a andar após duas a três semanas. Isto foi uma grande surpresa para nós no início, pois nunca tinha sido possível antes, após paraplegia total”, admitiu Fischer.

Os investigadores dizem que o próximo passo é testar a eficácia do tratamento, em ratos, quando a injeção é administrada semanas depois da lesão e não imediatamente depois. A esperança dos cientistas é que um dia esta terapia possa ser aplicada em humanos, embora ainda haja muito trabalho de investigação pela frente.

Daniel Costa, ZAP //

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