O candidato à liderança Paulo Rangel rejeitou hoje a proposta de Rui Rio para que todos os militantes ativos do PSD possam votar, mesmo sem quotas pagas, para “não mudar regras a meio do jogo”.
Na intervenção do Conselho Nacional, que decorre à porta fechada e segundo relatos feitos à Lusa, o eurodeputado disse preferir que as eleições diretas ocorram em 27 de novembro – em vez de a 20, como defende Rio – para garantir todos “os direitos dos militantes”.
Rangel referiu-se ainda a uma nova proposta do eurodeputado José Manuel Fernandes, que apoia, que implicaria a realização de uma eventual segunda volta em 01 de dezembro, e o Congresso no fim de semana de 3 a 5 de dezembro, admitindo abertura para o realizar também de 10 a 12 de dezembro.
“Temos condições de sair daqui como um partido com uma imagem extraordinária”, defendeu, apelando para uma negociação entre as duas candidaturas para fixar estes prazos.
Rangel reiterou a recusa de suspender as eleições diretas até depois das legislativas – “vejam o que fez ao CDS, no PSD cilindrará o partido” -, pedindo que as candidaturas se “sentem e conversem”, recebendo muitas palmas nesta parte da intervenção.
Num Conselho Nacional muito participado – com mais de duas centenas de pessoas, entre membros eleitos, participantes e observadores -, Rangel defendeu que os portugueses “já perceberam que a opção para primeiro-ministro” é entre ele e Rui Rio.
“António Costa está fora de jogo”, afirmou.
Mostrando-se disponível para a antecipação de prazos de todo o calendário eleitoral, Rangel recusou, contudo, a proposta de Rui Rio para que votem todos os militantes ativos, mesmo sem a quota de dezembro paga, como determina o regulamento atual.
“As leis eleitorais não se mudam quando os processos eleitorais já começaram. Tudo o que tenha a ver com prazos devemos tentar mexer, tudo o que esteja fora disso, não devemos mexer”, defendeu, considerando que a data de 27 de dezembro permitiria “manter todos os direitos dos militantes”, incluindo manter o prazo limite de pagamento de quotas para 17 de dezembro.
O Conselho Nacional do PSD, que começou perto das 16:00 em Aveiro, foi interrompido durante meia hora para as candidaturas de Rui Rio e Paulo Rangel tentarem chegar a acordo sobre as datas do calendário eleitoral interno. A informação foi avançada por fonte oficial do PSD.
Rui Rio propôs hoje um calendário de diretas em 20 de novembro e Congresso entre 10 e 12 de dezembro, enquanto Paulo Rangel disse hoje apoiar uma nova proposta do eurodeputado José Manuel Fernandes para diretas em 27 de novembro, eventual segunda volta no dia 01 de dezembro, e congresso entre 03 e 05 de dezembro.
Na sua intervenção, Rangel fez um apelo precisamente para uma negociação entre as duas candidaturas para se “sentarem e conversarem” para tentar um acordo sobre o calendário eleitoral interno.
Nuno Miguel Henriques: Falta terceira via ao PSD e ao país
Nuno Miguel Henriques, que está a recolher assinaturas para concorrer à liderança do partido, considerou hoje que o PSD precisa de “novos protagonistas”.
“Tenho a certeza que uma terceira via faz falta, não só ao PSD como também ao país. Temos de trazer novos protagonistas, não os mesmos que estão há muitos anos na ribalta. Eu tenho uma vida pública e não uma vida mediática”, declarou Nuno Miguel Henriques, à entrada para o Conselho Nacional do PSD que decorre esta tarde em Aveiro.
Questionado sobre a eventual antecipação das eleições internas, Nuno Miguel Henriques escusou-se a comentar as datas propostas pelo presidente do PSD, Rui Rio, e pelo seu opositor Paulo Rangel, de 20 e 27 de novembro, mas mostrou-se convicto que irá haver uma segunda volta.
“Penso que vai haver uma segunda volta, que está prevista até agora para o dia 11 de dezembro e que se pode mudar – depressa e bem não faz ninguém, vale mais com calma fazer aquilo que devemos fazer que é debater o partido e as melhores propostas”, afirmou.
O ex-candidato à Câmara de Alenquer disse ainda que está a recolher assinaturas como todos os outros candidatos e que no dia 12 irá apresentar o seu programa completo, depois de apresentar hoje aos conselheiros nacionais “os pressupostos” da sua candidatura.
“É uma candidatura que pretende um Portugal mais e melhor, mudar o partido do ponto de vista não só dos estatutos, mas de outras áreas. Queremos fazer um partido diferente e unir”, referiu.
ZAP // Lusa