Ramos-Horta vence as eleições em Timor-Leste com vista à criação de “pontes e diálogo”

Manuel de Almeida / Lusa

O ex-Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta

Nobel da Paz diz contar com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa e uma delegação portuguesa na sua tomada de posse.

José Ramos-Horta venceu as presidenciais em Timor-Leste com uma vantagem de 21 pontos percentuais sobre o principal oponente, Francisco Guterres Lú-Olo. Em declarações à TSF, o recém-eleito chefe de Estado adiantou que uma das suas prioridades será o “diálogo com o Presidente cessante, com o Governo, com todas as bancadas parlamentares”. Segundo o próprio, é preciso “criar pontes” para “encontrar soluções pacíficas e construtivas”, de forma a não agravar a crise política.

Em declarações à TSF, afirmou que o governo deve “adequar-se à nova realidade política, mas também económica, social e humanitária mundial“. O prémio Nobel da Paz em 1996 entende que o objetivo do seu mandato será “estabilizar” o ambiente político em Timor Leste. “As democracias são assim, imprevisíveis“, lembrando, em oposição, os casos do Reino Unido e dos Estados Unidos da América. “Só países como a Coreia do Norte ou a China têm menos crises políticas: tudo é previsível.”

“Se optamos pela democracia e bipartidarismo vivemos com as suas vantagens e temos de viver com as suas desvantagens.” Para além das questões políticas, o país também está a mãos com os uma situação económica debilitada face aos efeitos da pandemia e a as dificuldades extra que podem surgir como consequência da recessão económica global.

O novo presidente deve tomar posse a 20 de maio, data que marca a independência do país relativamente à Indonésia, sendo expectável que Marcelo Rebelo de Sousa marque presença nas cerimónias. “É alguém que conheço quando ele era jovem e eu era jovem. É um grande amigo de Timor-Leste e um grande amigo meu. Esperamos a visita dele”, assim como de uma “grande delegação” portuguesa.

ZAP //

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