Apenas um terço dos investimentos estão alinhados com o plano e 3,5% dos projetos estão em situação crítica.
O mais recente relatório da Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA) sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de Portugal, apresentado esta segunda-feira, destaca desafios significativos no progresso de quase um quinto dos investimentos e medidas planeadas.
De acordo com a análise, que abrangeu um total de 86 investimentos/medidas/ submedidas, aproximadamente um terço (31,4%) estão “alinhados com o planeamento”. No entanto, a preocupação surge com os 19,8% dos projetos classificados como estando em estado “preocupante” e 3,5% considerados “críticos”, equivalendo a três medidas específicas.
Entre as medidas preocupantes, contabilizam-se 17 ao todo. Duas delas relacionam-se com o Serviço Nacional de Saúde, envolvendo Cuidados de Saúde Primários e Transição Digital na Saúde. Na Habitação, destacam-se o Programa de Apoio ao Acesso à Habitação e o parque público de habitação a custos acessíveis.
Além disso, nas áreas de respostas sociais, capitalização e inovação empresarial, também surgem medidas com desempenho abaixo do esperado. Um exemplo é a capitalização de empresas e resiliência financeira/Banco Português de Fomento/IAPMEI, que, apesar de uma melhoria face ao relatório anterior, continua a preocupar, escreve o ECO.
Até agora, apenas 79,7 milhões de euros foram desembolsados, representando 6% do total previsto, beneficiando apenas 15 empresas não financeiras.
No setor de florestas, o investimento na “Transformação da Paisagem dos Territórios de Floresta Vulneráveis” e o Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve são vistos como problemáticos, especialmente na redução de perdas de água e aumento da eficiência no setor agrícola.
Investimentos em infraestruturas para a Economia Azul, Descarbonização da Indústria, e eficiência energética dos edifícios também foram classificados como preocupantes. No âmbito empresarial, a Capacitação Digital das Empresas e a Transição Digital, particularmente nos Bairros Digitais e programas associados, levantam preocupações.
As medidas consideradas críticas incluem a Catalisação da Transição Digital das Empresas, especificamente os Digital Innovation Hubs, o projeto do Metro Ligeiro de Superfície Odivelas-Loures, e o sistema informático das forças e serviços de segurança, uma infraestrutura digital crítica.
Este panorama complicado reflete a complexidade e a escala das iniciativas do PRR, ressaltando a necessidade de uma gestão eficaz e acompanhamento contínuo para garantir que os objetivos sejam alcançados e os recursos sejam utilizados de maneira otimizada.