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Cientistas criaram o quinto estado da matéria no Espaço

NASA

A EEI – Estação Espacial Internacional

Um quinto estado exótico da matéria foi criado num dos lugares mais frios do Universo: um dispositivo a bordo da Estação Espacial Internacional (EEI).

A Estação Espacial Internacional (EEI), o sofisticado laboratório que orbita 400 quilómetros acima da Terra, usou o Cold Atom Laboratory (CAL) para criar o quinto estado da matéria. Trata-se de um condensado conhecido como Bose-Einstein (BEC), criado pela primeira vez no Espaço.

Segundo o New Scientist, o condensado de Bose-Einstein foi formado quando um conjunto de átomos arrefeceu até ao zero absoluto, a temperatura mais baixa possível (-273 °C). A matéria é formada por nuvens de gás compostas por múltiplos átomos que se comportam como se fossem um só.

Esta é a primeira vez que estas características são reproduzidas no Espaço, um feito alcançado através da instalação do Cold Atom Laboratory, lançado em 2018 pela Estação Espacial Internacional. O artigo científico foi recentemente publicado na Nature.

“É bastante notável porque fornece um objeto mecânico quântico de tamanho macroscópico”, disse Maike Lachmann, cientista da Universidade Leibniz, em Hannover, na Alemanha.

Por sua vez, Robert Thompson, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, comentou que esta é “uma conquista tecnológica“, ainda que admita que, “no futuro, permitirá um amplo espectro de ciência”.

A principal vantagem destacada pelos cientistas é a microgravidade do Espaço, uma vez que na Terra a gravidade interfere nos campos magnéticos necessários para manter este estado da matéria, distorcendo completamente o resultado.

Aliás, na Terra, os condensados ​​de Bose-Einstein duram apenas alguns milissegundos. Por comparação, no Espaço, duram mais de um segundo, oferecendo uma oportunidade única aos cientistas para analisar as suas propriedades.

Os condensados ​​de Bose-Einstein ​​foram previstos por Albert Einstein e Satyendra Nath Bose há mais de 95 anos, mas os físicos Eric Cornell e Carl Wieman conseguiram, em 1995, arrefecer pela primeira vez um conjunto de átomos para atingir este estado. O feito valeu-lhes o Prémio Nobel da Física.

ZAP //

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