“Mera questão cosmética”. Militares apontam “outras discriminações” além da linguagem

José Sena Goulão / Lusa

Após o ministério da Defesa ter anunciado a intenção de rever a comunicação em meio militar, as associações que representam os oficiais, sargentos e as Forças Armadas concluíram que as posições de desagrado que cada uma manifestou “são suficientemente explícitas”.

Segundo noticiou esta sexta-feira a TSF, as forças não gostaram da diretiva sobre a linguagem discriminatória e dizem que há problemas mais importantes para resolver, como o acesso à saúde ou a revisão das carreiras.

“Não queremos que este tipo de discussão desvie as atenções do que é essencial”, disse à TSF o presidente da Associação Nacional de Sargentos, António Lima Coelho. O essencial, neste momento, é “resolver os problemas das promoções, das progressões, de um sistema remuneratório obsoleto e, acima de tudo, das questões da saúde militar”.

“Discriminatória, é a condição em que vivem os nossos camaradas e famílias que estão por exemplo nas regiões autónomas onde, pagando o mesmo que todos os outros, não têm praticamente usufruto deste direito de assistência na doença e na saúde”, sublinhou.

“Essa sim, é uma discriminação” contra a qual o ministério da Defesa deveria “empenhar os seus meios e esforços para procurar resolver”, referiu António Lima Coelho, considerando que a diretiva, “é uma mera questão cosmética” quando comparada com os reais problemas dos militares.

As três associações reclamam ainda mudanças na carreira militar. “Gostávamos de ver, definitiva e claramente, sem ninguém titubear, a revisão e atualização do sistema remuneratório porque o atual sistema é altamente discriminatório relativamente às diversas categorias de militares”, apontou o presidente.

ZAP //

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