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Quem usa trotinetes em Portugal? E porquê?

Em Portugal, mais de 6.500 pessoas andam de trotinete – a maioria homens – e usam o meio como um substituto/complemento aos transportes públicos.

Um novo estudo da Bolt revelou que os utilizadores de trotinetes em Portugal são na maioria homens e a maior parte utiliza o meio para se deslocar para o trabalho e escola e como complemento ao transporte público.

Frederico Venâncio, responsável de micromobilidade da Bolt em Portugal, explicou à Lusa que uma das principais conclusões que o estudo, levado a cabo pela marca a mais de 6.500 de utilizadores, revela é que 69% dos utilizadores são homens, contra 31% de mulheres.

Além disso, e apesar da ideia associada de que é um serviço usado por turistas, Frederico Venâncio sublinhou que 89% das respostas são de utilizadores nacionais, que têm entre 18 e 34 anos.

“O facto de a faixa etária ter aumentado é um sinal positivo e mostra que a mobilidade está a ser adotada por muito mais pessoas”, frisou o responsável, adiantando que 48% recorre às trotinetes para se deslocar para o trabalho e/ou faculdade, enquanto 31% utiliza-as como complemento aos transportes públicos, ou seja, para as “deslocações prioritárias ou realmente necessárias para a sua vida profissional”.

De acordo com o estudo, 38% dos utilizadores revelam que a facilidade de acesso às trotinetes é “determinante na escolha” deste tipo transporte.

Viagens cada vez mais longas

Segundo Frederico Venâncio, um outro dado do estudo que trouxe “alguma surpresa” foi o facto de as viagens realizadas através da trotinete serem cada vez mais longas e não seguirem o conceito de ‘last mile transportation’ (última parte do trajeto para o trabalho ou escola).

“Não é que deixe de existir o conceito, mas percebemos que as viagens de ‘last mile’ passaram a ser de ‘media mile’, já são viagens ligeiramente mais longas, entre dois a cinco quilómetros mas, mais surpreendente, é que percebemos que 14% são de viagens entre cinco a 10 km”, acrescentou o responsável.

Ainda segundo Frederico Venâncio, os dados “demonstram claramente que há uma evolução e implementação do serviço”, já que as pessoas utilizam as trotinetes para se deslocar no seu dia-a-dia, sublinhando que as cidades estão a trabalhar no sentido de proporcionar “todas as infraestruturas necessárias”.

Alguns constrangimentos

70% dos utilizadores considera, contudo, que há escassez de zonas de estacionamento e falta de trotinetes disponíveis, ou seja, esse “é um dos desafios” de futuro devido à existência de limite de frota, tanto na cidade de Lisboa (onde operam cinco operadores) e no Porto (onde existem dois), acrescentou o responsável.

Desta forma, o estudo conclui que 58% dos utilizadores de trotinetes considera importante que sejam disponibilizadas trotinetes em mais localizações nas cidades, aumentando os pontos de partilha.

No documento, entre outras medidas, está a obrigatoriedade de pontos de estacionamento próprios para acabar com o “caos” causado pelo “abandono” das trotinetes nos passeios.

Está ainda acordado um limite de velocidade de 20 quilómetros por hora, além de um contingente máximo de veículos em circulação, que será de 1.500 por operador no inverno e que poderá ir até aos 1.750 na primavera e no verão.

Regras para seguros e indemnizações

Recentemente, o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, Galamba de Oliveira, defendeu que deve ser criada a obrigatoriedade de seguros para os velocípedes, nomeadamente trotinetas.

“Há um problema de enquadramento legal da proteção para este tipo de mobilidade, e entendo que em Portugal temos de desenvolver e tornar obrigatório um seguro para a mobilidade suave que, por um lado, garanta a proteção do condutor, mas que garanta também algumas cláusulas de responsabilidade civil perante terceiros”, disse.

ZAP // Lusa

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