Quando é que o cancro é considerado curado ou em remissão?

Os especialistas explicam a diferença entre o que significa ter remissão do cancro e estar curado da doença.

Depois de um doente ter sido submetido a um tratamento contra o cancro, pode ser-lhe dito que a doença está em “remissão” ou que foi “curado”, mas há uma distinção entre estes termos.

O que significa um cancro estar em remissão e o que significa ter sido curado?

Existem dois tipos de remissão do cancro: “remissão completa” e “remissão parcial“.

A remissão completa significa que o cancro de uma pessoa está a responder ao tratamento, que não tem sinais ou sintomas da doença e que não existem células cancerígenas.

A remissão parcial significa que o tratamento está a funcionar, mas que os testes mostram que algumas células cancerígenas permanecem no corpo. Em contrapartida, quando um doente tem “doença estável“, significa que o seu estado não está a melhorar nem a piorar em resposta ao tratamento.

Segundo o Live Science, os médicos não podem prever a duração da remissão, pelo que existe a possibilidade de o cancro voltar. A remissão pode durar semanas ou anos.

Se um doente se mantiver em remissão completa durante cinco anos ou mais, alguns médicos podem dizer que o doente está “curado“, o que significa que não apresenta sintomas ou sinais de cancro a longo prazo.

No entanto, mesmo que um doente seja considerado curado, pode ainda ter células cancerígenas não detetadas no seu corpo que podem causar uma recorrência da doença um dia. Assim, é mais provável que os médicos digam que um doente está “curado” se este tiver um tipo de cancro com uma elevada taxa de sobrevivência de cinco anos quando detetado precocemente, como o cancro da mama ou o melanoma, que é um tipo de cancro da pele.

Os epidemiologistas também podem utilizar um termo conhecido como “cura estatística” neste contexto, o que significa que um paciente sobrevive o tempo suficiente para que o seu risco de morte por cancro volte a ser o normal, disse Vijay Trisal, oncologista cirúrgico do centro de investigação do cancro City of Hope, na Califórnia.

Por exemplo, se alguém teve cancro do cólon há 10 anos e agora está livre do cancro, o seu risco de morrer da doença voltou efetivamente ao risco de base que seria esperado de outras pessoas da sua idade, acrescentou.

No entanto, o termocura” deve ser usado com cautela, disse Trisal. Embora possa aliviar a ansiedade de alguns doentes e permitir-lhes retomar a sua vida normal, pode tornar outros menos vigilantes e mais suscetíveis de evitar futuros testes e rastreios que poderiam ajudar a detetar a recorrência, acrescentou.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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