Qatar é “o principal responsável” pelo ataque do Hamas a 7 de outubro

Bezalel Smotrich/X

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich (esq) com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (dir)

“Uma coisa é certa: o Qatar não se envolverá de forma alguma no que acontecer em Gaza depois da guerra”, disse o ministro das Finanças de Israel sobre um dos principais intervenientes nas negociações com o Hamas.

O ministro das Finanças de Israel, de extrema-direita, acusou, esta quinta-feira, o Qatar, um dos principais intervenientes nas negociações com o movimento palestiniano Hamas, de ser responsável pelo atentado de 7 de outubro do ano passado.

“O Qatar é um país que apoia e financia o terrorismo”, afirmou Bezalel Smotrich, acusando diretamente Doha.

O emirado “é o patrocinador do Hamas e é o principal responsável pelos massacres cometidos pelo Hamas contra cidadãos israelitas”, declarou ainda o líder do partido Sionismo Religioso que integra o Governo de Israel.

“Uma coisa é certa: o Qatar não se envolverá de forma alguma no que acontecer em Gaza depois da guerra“, acrescentou o ministro através de uma mensagem divulgada através da rede social X.

O debate em Israel sobre a melhor forma de garantir a libertação dos reféns ainda detidos pelo Hamas está a aumentar à medida que as operações militares se intensificam no sul da Faixa de Gaza.

O Qatar, o Egito e os Estados Unidos estão a tentar mediar a situação para obter uma nova trégua, permitir a libertação dos reféns ainda detidos e fornecer mais ajuda humanitária ao território palestiniano.

Israel fez uma proposta de trégua de dois meses na guerra em troca da libertação dos reféns que o Hamas ainda mantém na Faixa de Gaza, informou esta segunda-feira o jornal israelita Walla, citando dois altos funcionários israelitas.

Segundo o Walla, com acesso a fontes de alto nível entre as autoridades israelitas, o governo de Benjamin Netanyahu enviou ao Egito e ao Qatar, principais mediadores no conflito com o Hamas, uma proposta de cessar-fogo de dois meses no enclave em troca da libertação dos reféns, que terá sido depois recusada pelo grupo que controla o enclave.

Na quarta-feira, o Canal 12 de Israel difundiu uma gravação de um diálogo do primeiro-ministro israelita com familiares dos reféns, na qual Benjamin Netanyahu descreve o papel de Doha como “problemático“.

“Não tenho ilusões em relação a eles”, declarou Netanyahu no mesmo registo sonoro, acusando o emirado de financiar o movimento islamita palestiniano.

O Qatar disse estar “chocado, classificando os comentários de Netanyahu como “irresponsáveis e prejudiciais aos esforços para salvar vidas inocentes”.

Doha acolhe a liderança política do Hamas e, nos últimos anos, concedeu centenas de milhões de dólares em ajuda destinada à população de Gaza, que está sob o controlo do movimento desde 2007.

ZAP // Lusa

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