José Rodrigues dos Santos não cometeu “nenhuma irregularidade deontológica na entrevista” ao líder do PCP Paulo Raimundo, após a qual o jornalista foi muito criticado, mas não cumpriu o seu dever de “esclarecer o eleitorado”, conclui o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas.
Chegaram ao Conselho Deontológico (CD) do Sindicato dos Jornalistas (SJ) “cinco queixas” sobre a entrevista feita pelo jornalista e pivô da RTP, José Rodrigues dos Santos, ao secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, no passado dia 24 de Março de 2025, durante o “Telejornal” da RTP1.
Após um processo de averiguações, o CD concluiu que “não houve nenhuma irregularidade deontológica na entrevista”. Contudo, há reparos para o trabalho do jornalista da RTP1.
De resto, o próprio director de informação da RTP1, António José Teixeira, deu um “puxão de orelhas” a José Rodrigues dos Santos no testemunho que deu ao CD do Sindicato dos Jornalistas, reconhecendo que “não cumpriu o objectivo traçado”, conforme revela a decisão do órgão publicada no site oficial do SJ.
Os cinco queixosos reclamaram pelo facto de José Rodrigues dos Santos só ter feito perguntas sobre a Ucrânia durante a entrevista de 10 minutos.
E António José Teixeira admitiu ao CD que o objectivo da entrevista, tal como outras efectuadas a líderes partidários na antecâmara das legislativas antecipadas deste mês de Maio, “era o de serem tematicamente abrangentes e de não correrem o risco de se confundirem com debates”.
Portanto, “era, e é, desejável que outros assuntos tivessem sido abordados, mesmo com tempo limitado”, vincou o director de Informação da RTP1, embora descartando que tenha sido um “desonesto exercício de manipulação” de José Rodrigues dos Santos.
O CD do SJ concorda com esta ideia e concluiu, após a sua averiguação, que “o facto de ter sido abordado um único tema não contribuiu para o objectivo primeiro de esclarecer o eleitorado, sendo este o motivo que consta de todas as queixas que recebeu”.
António José Teixeira vincou ainda que a entrevista e as queixas foram analisadas internamente pela RTP1, nomeadamente pela Provedora do Espectador e pelo Conselho de Redacção.
Rodrigues dos Santos queria “clarificar de uma vez por todas a posição do PCP”
Nas explicações dadas ao CD, José Rodrigues dos Santos alegou que “elegeu o conflito da Ucrânia como tema principal” tendo em conta o seu “impacto” na actualidade, “as importantes decisões relacionadas com este assunto a tomar na próxima legislatura pelo Governo e pelo Parlamento que saírem das eleições legislativas 2025, e as persistentes dúvidas sobre a posição do PCP a respeito” do assunto.
O jornalista notou ainda que “antes de a entrevista começar”, informou Paulo Raimundo de que “o tema seria a Ucrânia”, com o intuito de “clarificar de uma vez por todas a posição do PCP sobre este assunto”.
Paulo Raimundo disse ao Conselho Deontológico que “já sentado em estúdio, momentos antes de se iniciar” a entrevista, o jornalista “transmitiu” que esta “se centraria em questões estruturantes, nomeadamente internacionais”, salientando que não foram acertados “temas ou questões concretas”.
Voltamos ao tempo do novo Estado mas desta vez comunista? Não querem ou aguentam serem interrogados e serem esmiuçados, não vão para a vida política.
Concordo que sejam “interrogados e esmiuçados”, mas respeitem a opinião de cada um. Não concordo que o jornalista imponha de uma forma grosseira a sua própria opinião ao entrevistado, como é costume deste Rodrigo dos Santos.
Sê verdadeiro. Não inventes. Ele não impôs opinião nenhuma. Apenas fez perguntas. O comunista não gostou delas porque pensava que ía ali vender a habitual banha da cobra.
Afinal temos agora os comunistas na versão pidesca. Ao que estes gajos chegaram. Estarão moribundos?
Mas qual é o problema? Ele trata todos de igual modo. Isto é perseguição política!
Se o jornalista vendesse o ilusionismo esquerdista, o padeiro Raimundo não participava dele.