O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu esta quinta-feira que as condições de vida no país pioraram nos últimos anos, mas assegurou que as autoridades russas trabalham para reverter essa tendência, e enumerou os primeiros resultados desse trabalho.
O presidente russo, Vladimir Putin, fez esses comentários durante a sua tradicional entrevista em directo com os cidadãos, na qual explicou que a situação económica tem a ver com vários “golpes” sofridos pela economia russa nos últimos anos, que se traduziram numa queda contínua do rendimentoreal da população — embora a situação, acrescentou, tenha começado a se reverter.
Putin minimizou a importância das sanções ocidentais que pesam sobre o país e realçou que a economia russa foi mais afectada pela queda dos preços dos produtos de exportação tradicional, como o gás, o petróleo, os metais, adubos e outros produtos da indústria química.
O chefe do Kremlin salientou que o ano passado os salários aumentaram 8%, e previu para este ano um aumento de 2,8%. “Os salários aumentam, em média, já que a situação é diferente em diversos sectores da economia, mas mostram uma tendência”, afirmou.
Segundo admitiu Putin, o salário mínimo actualmente é de cerca de 158 euros mensais, com uma inflação que se situou em 5% em junho, segundo o Banco Central da Rússia.
Segundo disse recentemente o presidente de Tribunal de Contas da Rússia, Alexei Kudrin, cerca de 12,5 milhões de russos vivem abaixo do limiar de pobreza, o que classificou de “uma vergonha, porque num país onde crescem os salários, não pode haver tantos pobres. O Kremlin negou esta situação.
Esta é a 17° vez que Putin usa este formato para responder ao vivo pela televisão às perguntas dos cidadãos sobre todo o tipo de assuntos, centrados principalmente em questões de ordem doméstica.
O ano passado, o líder russo respondeu a mais de 70 perguntas durante 4 horas e 20 minutos, embora o recorde absoluto tenha sido batido em 2013, quando esteve no ecrã durante 4 horas e 47 minutos, para responder a 85 perguntas.
// EFE