Para metade das tarefas das empresas russas, o sistema operativo da Microsoft não tem um substituto doméstico à altura.
Vladimir Putin ordenou as empresas russas públicas a deixarem de utilizar o Windows.
Na ordem escrita em Junho do ano passado, citada no Vedomosti, lê-se que as empresas estatais tinham até ao dia 1 de Janeiro de 2025 para implementar uma “substituição total dos sistemas operativos”.
O mesmo documento obrigava à substituição de sistemas de virtualização e sistemas de gestão de bancos de dados.
A ideia era clara: passar a utilizar só sistemas russos. Só produtos nacionais.
Agora já existem muitas soluções de tecnologia da informação nacionais no mercado russo, acredita o Kremlin.
No entanto, a poucos dias de terminar o prazo, as empresas não estão a cumprir essa ordem.
Perante uma escassez de software, as empresas estatais russas continuam a comprar no estrangeiro, sobretudo o Windows.
Para metade das tarefas, o sistema operativo da Microsoft não tem um substituto doméstico à altura. Segundo o Meduza, a Rússia não tem software próprio para resolver muitos problemas empresariais.
Noutros casos, os programas nacionais não são capazes de substituir totalmente o software ocidental e precisam de melhorias significativas. Os ocidentais são mais avançados, mais completos.
O sector mais complicado para se fazer essa substituição é o agro-industrial: nos programas russos não há soluções para 159 processos de negócio.
Assim, a aposta continua a ser os EUA: só neste ano as empresas estatais da Rússia gastaram mais de 200.000 euros na compra de programas a uma empresa (não mencionada) dos EUA; ao todo, foram gastos mais de 500.000 euros na compra de Windows e do Microsoft Office.
Entre as que trocaram, e de acordo com a Forbes, 62% das maiores empresas russas passam por problemas na implementação de software russo. Ou os produtos nacionais não suportam o trabalho conjunto com software estrangeiro, ou são incompatíveis mesmo entre si.