ALEKSEY BABUSHKIN ; SPUTNIK ; KREMLIN POOL/EPA

O presidente russo, Vladimir Putin
Putin continua intransigente, mas Trump e Zelenskyy deverão retomar as negociações de paz já na próxima semana. Olhos postos na Arábia Saudita.
“Temos de escolher a versão da paz que nos convém“, declarou Putin, que, durante um encontro com trabalhadores de uma fundação, insistiu na necessidade de a Rússia obter “tranquilidade” em termos de segurança.
Putin também excluiu a possibilidade de concessões territoriais, numa aparente referência às zonas ocupadas da Ucrânia que a Rússia atualmente considera suas.
“Não precisamos de nada que pertença a outros, mas não vamos desistir do que é nosso”, acrescentou, segundo as agências de notícias russas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou hoje que considerará a presença de tropas europeias na Ucrânia um “envolvimento da NATO” no país vizinho.
As Forças Armadas ucranianas confrontaram-se, durante o terceiro ano de guerra, com falta de soldados e de armamento e munições.
Trump tem exigido um cessar-fogo imediato e, numa discussão sem precedentes ao receber na Sala Oval da Casa Branca o homólogo ucraniano, perante a comunicação social, criticou Zelenskyy por não estar “pronto para a paz”, disse-lhe que ele “não tinha as cartas” para ditar os termos do fim da guerra e acabou por congelar a ajuda militar dos Estados Unidos, essencial a Kiev.
Na quarta-feira, o chefe de Estado norte-americano admitiu restabelecer a ajuda à Ucrânia se as conversações de paz forem retomadas, segundo o conselheiro da Casa Branca para a Segurança Nacional, Mike Waltz.
Zelenskyy e Trump fazem as pazes?
“Estamos agora a discutir a possibilidade de coordenar uma reunião com os ucranianos em Riade ou talvez em Jeddah, mas será na Arábia Saudita”, disse, citado pela BBC, o enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, Steve Witkoff.
“Penso que a ideia é estabelecer o quadro para um acordo de paz e também para um cessar-fogo inicial”.
Zelenskyy disse esta semana que o que se passou em Washington foi “lamentável”, mas escreveu no X estar pronto para retomar as negociações com os EUA (e assinar o acordo sobre a concessão de exploração de terras-raras aos norte-americanos).
Também Donald Trump citou, em tom reconciliatório, a carta que disse ter-lhe sido feita chegar pelo presidente ucraniano, onde se lia “a minha equipa e eu estamos prontos para trabalhar sob a forte liderança do Presidente Trump para obter uma paz duradoura”.
A Ucrânia vai trabalhar “construtivamente” com Trump, diz agora Zelenskyy.
ZAP // Lusa