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Putin e Justin Bieber são parecidos? Sim, se acha que têm personalidades semelhantes

Alexei Druzhinin / Sputnik / Kremlin / EPA

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin

Vladimir Putin e Justin Bieber são fisicamente parecidos? Sem pensar muito, provavelmente não. Mas a resposta pode ser sim, se acha que eles têm personalidade semelhantes.

Um novo estudo sugere que as pessoas pensam que aqueles com traços de personalidade semelhantes são parecidos e vice-versa. O conhecimento da personalidade de uma pessoa pode influenciar a perceção da identidade de um rosto e enviesá-lo para identidades não relacionadas.

Trocado por miúdos é o seguinte: se acha que Putin e Bieber têm personalidades semelhantes, então eles também vão parecer-lhe visualmente mais parecidos, mesmo que não tenham qualquer semelhança física.

(dr) Evan Paterakis Visuals

O cantor canadiano Justin Bieber.

Justin Bieber, George W. Bush, Bill Clinton, Jimmy Fallon, Ryan Gosling, Matthew McConaughey, Bill Murray, Bill Nye, Vladimir Putin, Keanu Reeves, John Travolta e Mark Wahlberg foram algumas das figuras públicas usadas como exemplo neste novo estudo, cujos resultados foram publicados na revista científica Cognition.

“O nosso rosto é o portal de outra pessoa para os nossos pensamentos, sentimentos e intenções”, explica Jonathan Freeman, coautor do artigo, em comunicado. “Se a perceção dos rostos dos outros for sistematicamente distorcida pela nossa compreensão anterior da sua personalidade, como mostram as nossas descobertas, isto pode afetar a maneira como nos comportamos e interagimos com eles”.

Os resultados sugerem que não apenas detalhes da cara, mas também o conhecimento social anterior desempenha um papel ativo na perceção de rostos.

Para provar isto, os cientistas tiveram a ajuda de 200 voluntários, a quem lhes foram mostrados os rostos colocados lado a lado acima de uma foto de teste de um deles, explica o portal Big Think.

Os voluntários tinham que mover o cursor da imagem de teste para a imagem da pessoa correspondente o mais rápido possível. Depois, os voluntários avaliaram a probabilidade de cada uma dessas pessoas famosas ter traços de personalidade específicos.

Os resultados mostraram que os voluntários estavam inclinados a pensar que as pessoas com características semelhantes eram mais parecidas fisicamente do que aquelas com características diferentes. Os mesmos resultados verificaram-se com rostos nunca antes vistos pelos participantes.

“As nossas descobertas mostram que a perceção da identidade facial é impulsionada não apenas por características faciais, como olhos e queixo, mas também distorcida pelo conhecimento social que aprendemos sobre os outros, enviesando-o em direção a identidades alternativas, apesar do facto de essas identidades não terem qualquer semelhança física”, acrescentou Freeman.

ZAP //

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