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Afinal, alguns pterossauros sabiam andar bem em quatro patas

(dr) Mazin et al., Geobios, 2020

Algumas das pegadas encontradas na “Praia dos Pterossauros”, em França

Pegadas de pterossauros descobertas em Crayssac, no sul de França, mostram que, afinal, estes dinossauros voadores eram bons caminhantes.

Embora os primeiros fósseis de pterossauro tenham sido descobertos há mais de dois séculos, os cientistas não tinham provas de como este grupo de répteis voadores, do Triássico e do Jurássico, andou na terra.

Mas agora, avança a revista Scientific American, as primeiras pegadas conhecidas destas criaturas, descobertas na Plage aux Pterosaures (Praia dos Pterossauros em Português), em Crayssac, no sul de França, dão as primeiras pistas.

Embora mais de 30 locais em todo o mundo tenham pegadas de pterossauros fossilizadas, todas foram deixadas por pterossauros conhecidos como pterodáctilos — um grupo comum no Jurássico Superior e no Cretáceo. Estes pterossauros mais recentes, como o Pteranodon e o Quetzalcoatlus, tinham caudas curtas e mandíbulas sem dentes, sendo que alguns atingiam o tamanho de pequenas aeronaves.

Até há pouco tempo, os especialistas consideravam que os pterossauros não-pterodáctilos — como é o caso do Rhamphorhynchus — viviam nas árvores e eram incapazes de andar no chão. No entanto, as escavações realizadas entre 2010 e 2014 por estes cientistas mostram pegadas alternadas das patas frontais e traseiras.

À primeira vista, as pegadas descobertas pareciam ser de pterossauros. Mas, quando se aperceberam que estas tinham cinco dedos nas patas traseiras, os investigadores perceberam o significado do que haviam encontrado — os pterodáctilos tinham apenas quatro dedos, enquanto os não-pterodáctilos tinham cinco.

De acordo com a mesma revista, as pegadas também revelaram que as patas da frente destes primeiros pterossauros tinham dedos voltados para a frente, em vez de serem torcidos para o lado, como se tinha observado nas dos seus parentes posteriores.

“Embora sejam morfologicamente muito diferentes dos vestígios dos pterodáctilos, estas novas pegadas mostraram claramente que os não-pterodáctilos eram quadrúpedes e bons caminhantes”, explica Jean-Michel Mazin, paleontólogo responsável pela descoberta e cujo estudo foi publicado, em janeiro, na revista científica Geobios.

ZAP //

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