Psicadélicos tratam com sucesso traumatismos cranianos

ZAP // Dall-E-2

A substância psicadélica ibogaína mostrou resultados promissores no tratamento de lesões cerebrais traumáticas. 83% dos participantes no estudo publicado esta sexta-feira também deixaram de preencher os critérios para depressão, ansiedade ou perturbação de stress pós-traumático.

Um estudo publicado esta sexta-feira na Nature Medicine sugere que a ibogaína – uma substância psicadélica proveniente da planta iboga, nativa de África – é eficaz no tratamento de traumatismos cranianos.

O estudo incidiu 30 antigos militares norte-americanos do sexo masculino com traumatismos resultantes da sua atividade profissional – que, durante cinco dias, receberam uma dose única de ibogaína.

A dosagem de ibogaína foi estabelecida, pelos investigadores da Universidade de Stanford (EUA), em 12 miligramas por quilograma de peso corporal, acompanhada de uma infusão intravenosa de magnésio para mitigar potenciais problemas cardíacos.

O estudo mediu a incapacidade dos participantes usando uma escala de 0 a 100, com as pontuações mais altas a indicar maior incapacidade.

Inicialmente, a pontuação média era cerca de 30, sugerindo, nota a New Scientist, incapacidade ligeira a moderada.

Satisfatoriamente, a pontuação diminuiu drasticamente para menos de 20 em cinco dias e para cerca de 5 um mês depois.

Notavelmente, um mês após o tratamento, 83% dos participantes deixaram de preencher os critérios para depressão, ansiedade ou perturbação de stress pós-traumático.

No entanto, a falta de um grupo de controlo no estudo já foi alvo críticas.

Segundo Albert Garcia-Romeu, investigador da Universidade Johns Hopkins, sem um grupo de controlo, é difícil determinar se as melhorias foram exclusivamente devido à ibogaína: “O grande problema é [que] a falta de um grupo de controlo vai tornar quase impossível dizer com certeza o que está a acontecer aqui”.

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