O Partido Socialista quer “saber quem paga e como paga” a greve cirúrgica levada a cabo pelos enfermeiros, que arrancou na semana passada e parou já centenas de cirurgias programas, revela o jornal Público esta quinta-feira.
Segundo escreve o matutino, o Grupo Parlamentar do PS vai avançar com “todas as acções” que se revelem “necessárias” para a “clarificação” da forma de financiamento da “greve cirúrgica” dos enfermeiros.
Em declarações ao diário, Tiago Barbosa Ribeiro, coordenador dos socialistas na Comissão Parlamentar de Trabalho, sustenta que é “dever” do partido “questionar a origem das centenas de milhares de euros que estão a circular sem rastreio público”.
Alegando que “nada impede que interesses contrários ao SNS [Serviço Nacional de Saúde], sejam eles privados ou de qualquer outra índole, possam utilizar este mecanismo para fragilizar o sistema público”, o deputado explicou por escrito ao jornal que o partido quer “saber quem paga e como paga” este protesto e, por isso, vai “desenvolver todas as ações necessárias à obtenção dessa clarificação perante o país”.
A identidade de quem contribui para financiar a greve continua em mistério, tendo o primeiro-ministro questionar a forma de financiamento. Por sua vez, o Ministério da Saúde disse estar também a “avaliar a licitude do financiamento colaborativo”.
Tendo em conta que cerca de um quinto dos contribuintes que participaram nesta segunda recolha de fundos surgem na plataforma como anónimos, o Público pediu ao movimento a lista de doadores – mas sem sucesso.
Nelson Cordeiro, o enfermeiro que gere o fundo solidário, disse ao diário que a lista em causa só será divulgada se um “procedimento judicial” assim o obrigar. O profissional de saúde sustenta que a divulgação dos nomes poria em causa o direito à proteção dos dados pessoais. “Sem autorização das pessoas não o posso fazer isso”, frisa. Os anónimos, pelas suas contas, contribuíram com cerca de 50 mil num total de mais de 420 mil euros.
“Isto só serve para desviar as atenções do que verdadeiramente interessa”, atirou, recordando que apesar de surgirem na plataforma como anónimos, os doadores forneceram os seus contactos, estão identificados.
Plataforma de crowdfunding já lucrou 72 mil euros
Desde novembro, os enfermeiros já angariaram 784.245 euros para viabilizar duas greves cirúrgicas na plataforma de crowdfunding PPL. Segundo o escreve esta quarta-feira o Correio da Manhã esta quinta-feira, dos 784 mil euros acumulados, os enfermeiros já tiveram de pagar mais de 72 mil euros à própria plataforma.
Deste valor, nota ainda o matutino, 13.528 euros irão seguir para o Estado, devido a questões de IVA. Para o primeiro protesto, que decorreu de 22 de novembro a 31 de dezembro de 2018, os enfermeiros conseguiram 360.297 euros, e para o segundo que começou a 31 de janeiro e deverá durar até 28 de fevereiro, 423.945 euros.
Neste momento, a identidade de quem contribuiu para o fundo continua em mistério.
epá essa sempre foi uma pergunta que sempre fiz… quem é que no seu perfeito juízo vai contribuir com dinheiro para uma greve? Ainda para mais dos enfermeiros que estão a prejudicar pessoas por causa de caprichos!
Os enfermeiros não são os financiadores, pois estes não vão pagar uma coisa para depois voltarem a receber… não faz sentido!
Mas a hipótese dos sistemas privados terem interesse em fragilizar o serviço publico e com isso ganhar cota de mercado, já não é nada descabida!
É necessário apurar quem foram os mecenas… Obviamente não queremos saber publicamente quem foi, mas que as autoridades saibam, é essencial para se conseguir investigar…