“PS e PSD juntos, com as suas redes de interesse, é indesejável para o país”, critica Rui Tavares

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Rui Tavares, fundador do partido Livre

O fundador do Livre e cabeça de lista em Lisboa também comentou a saída de Joacine Katar Moreira e descartou uma aliança com a Iniciativa Liberal.

Depois de ter conseguido eleger um deputado em 2019 e da polémica saída de Joacine Katar Moreira, que deixou o partido sem representação parlamentar, o Livre está a apostar em Rui Tavares, fundador do partido e vereador em Lisboa, para tentar repetir o feito das últimas legislativas e garantir a representação na Assembleia.

Em entrevista ao Observador, o historiador justificou a decisão de ser cabeça de lista em Lisboa, mesmo já sendo vereador. “Não [estou a trair os eleitores], estou a fazer o trabalho de vereador em Lisboa sem pelouro, não merece vencimento, não é desempenhado a tempo inteiro. E isso permite fazer boas sinergias entre a política local e nacional”, respondeu.

Rui Tavares garante que, caso seja eleito deputado, vai cumprir o “mandato em exclusividade”, mas não põe de parte uma eventual recandidatura nas europeias. O fundador do Livre desvaloriza também a saída de Joacine Katar Moreira, afirmando que “os partidos têm problemas” e que o PAN também enfrentou situações parecidas.

“Nunca exigimos mandato de volta e mandato é exercido de forma individual”, reforça.

Sobre a comparação da sua saída do Bloco de Esquerda com a de Joacine, o ex-eurodeputado afirma que houve um ataque à sua dignidade e que o pedido de desculpas que exigiu nunca chegou, mas lembra que não deixou isso influenciar o partido, tendo o Livre já apoiado candidatos do BE a nível local.

Tavares recorda também que os bloquistas foram dos primeiros a manifestar “solidariedade” com o Livre quando a sede do partido foi atacada por um partido de extrema-direita. “O que aproxima BE e Livre e outros partidos da esquerda é mais do que nos separa”, remata.

Na Alemanha, o novo governo inclui sociais-democratas, verdes e liberais, mas Rui Tavares descarta uma aliança com a Iniciativa Liberal, distinguindo o partido português do alemão. O político lembra que a IL “deixou passar” a aliança ao Chega nos Açores. Já sobre o PSD, não respondeu, mas reforça que “se houver uma maioria à esquerda o Livre estará nela; se a direita ganhar, o Livre será oposição”.

Tem-se falado sobre possíveis alianças entre o PS e o PSD para a viabilização de Orçamentos, mas “o Livre considera que o bloco central é mau para o país”. “PS e PSD juntos, com as suas redes de interesse, é indesejável para o país”, critica.

Já as propostas eleitorais do partido continuam a apostar no investimento na ferrovia e subsídios para que o comboio seja mais atrativo que o avião e no incentivo ao debate e programas piloto da redução do horário de trabalho e a criação de um rendimento básico incondicional.

ZAP //

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