O líder do PSD alertou este domingo para o distanciamento do PS em relação ao BE, porque “dá jeito para as eleições”, notando ser uma tentativa de “limpar” a proximidade dos últimos quatro anos e eventuais aproximações futuras.
“A distância do PS que tenho notado não é nas sondagens, é a distância relativamente ao BE, que é uma coisa que custa a entender. Enquanto foi útil para o PS, o PS andou quatro anos com o BE ao colo, e o BE com o PS ao colo.
“Agora, como dá jeito nas eleições fazer uma demarcação do BE, o PS faz a demarcação. A 6 de outubro, se precisar, volta a chegar-se ao BE”, criticou Rui Rio no Porto, em declarações aos jornalistas após um percurso de bicicleta e antes de uma caminhada para assinalar o Dia Europeu Sem Carros.
Questionado sobre se se trata de um distanciamento útil, o líder do PSD respondeu “obviamente”, observando que o PS, “depois de ter estado encostado à esquerda durante quatro anos, e de voltar a encostar-se se precisar, quer durante o período eleitoral afastar-se para tentar limpar esse aspeto”.
Disputa é “entre o PS e a esquerda”
A coordenadora do BE afirmou hoje que “a disputa” nas eleições legislativas de 06 de outubro é, “naturalmente, feita entre o PS e a esquerda, pois o programa da direita não serve” e o país já o deitou fora.
“Agora, o que conta é saber o que queremos construir. E essa disputa é, naturalmente, feita entre o Partido Socialista e a esquerda – sobre o projeto para o país”, disse Catarina Martins no Porto, distrito pelo qual encabeça a lista às legislativas, num comício na Praça dos Poveiros.
Observando que “o programa da direita já não serve para este país”, a líder bloquista notou que, “se os últimos quatro anos mudaram o país com mais justiça, dignidade e respeito, foi porque o BE cumpriu o seu compromisso”, nomeadamente “por mais justiça com o trabalho”, ao mesmo tempo que não esquece “quem ficou para trás”.
Os riscos de se “andar para trás”
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, alertou este domingo que há “riscos” de se “andar para trás” nas legislativas, com votos no PSD e no CDS-PP, “mas também no PS”, considerando que para se “avançar” é preciso “dar mais força à CDU”.
“Os riscos de andar para trás existem não apenas com o voto no PSD e no CDS, mas também com o voto no PS“, afirmou Jerónimo de Sousa, num almoço convívio da CDU na vila de Aljustrel, no distrito de Beja, no Alentejo.
Segundo Jerónimo de Sousa, “veja-se como acenam com o espantalho de novas crises para justificar a recusa de medidas para resolver os problemas dos trabalhadores e das populações e como dramatizam o discurso contra o perigo das exigências excessivas que põem em causa a estabilidade”.
Segundo Jerónimo de Sousa, “muitas das medidas” tomadas na atual legislatura que “os trabalhadores e a maioria dos portugueses reconhecem como positivas têm a marca da iniciativa e do voto dos partidos da CDU“, ou seja, do PCP e do Partido Ecologista Os Verdes.
“Sim, várias medidas mostram que tudo o que é avanço, tudo o que é medida positiva a favor dos trabalhadores e do povo tem a marca do PCP e do PEV”, disse, frisando que foram “avanços conquistados a pulso“, porque “muito do que se conseguiu não estava no programa do PS e, para avançar, foi preciso ultrapassar muitas e fortes resistências”.
“Ou a CDU tem força e o país avança ou, não se iludam, o caminho é andar para trás outra vez”, concluiu o líder comunista.
// Lusa