Os socialistas acreditam que Carlos César ou Augusto Santos Silva são bons nomes para assumir o leme do Governo até às próximas eleições.
Numa manhã que parecia normal, um comunicado da Procuradoria-Geral da República caiu como uma bomba no país. Uma curta referência a uma investigação aberta a António Costa levou a que o país ficasse sem primeiro-ministro e mergulhasse novamente numa crise política, com a possibilidade de eleições antecipadas no horizonte e o PS a ter de escolher um novo líder.
A decisão final sobre se Costa fica no Governo até às próximas eleições está nas mãos de Marcelo Rebelo de Sousa, que vai ainda ouvir os partidos e o Conselho de Estado. Mas de acordo com o Expresso, há socialistas que querem nomear um líder de transição ao estilo de um “senador”, de forma a que Costa saia de imediato e para que o partido tenha tempo para arrumar a casa antes de ir a votos nas legislativas.
Esta ideia já foi inclusive referida por Carlos César na sua reacção à demissão de Costa. “O PS está preparado e tem a capacidade de se preparar para qualquer uma destas circunstâncias, seja mudança da liderança do Governo do país, sejam eleições antecipadas”, afirmou o presidente do PS.
O próprio Carlos César e também Augusto Santos Silva são alguns dos nomes que já contam com apoio interno e o Expresso avança que os apoiantes de Pedro Nuno Santos — que se afirma como o sucessor mais óbvio de Costa — não se opõem a esta opção.
Este cenário seria parecido com a nomeação de Pedro Santana Lopes para substituir Durão Barroso à frente do Governo em 2004. Na altura, o PS queria eleições antecipadas — tal como Montenegro pediu ontem — mas Jorge Sampaio decidiu não dissolver a Assembleia da República e manter o Governo do PSD e CDS.
Mas a manutenção do Governo foi sol de pouca dura, com Jorge Sampaio a anunciar a convocação de novas eleições apenas quatro meses depois, após várias polémicas com saídas de Ministros e mudanças de localização das Secretarias de Estado terem fragilizado a liderança de Santana Lopes.
No entanto, os socialistas defendem que a instabilidade vivida durante o curto reinado de Santana Lopes não se vai repetir caso Marcelo opte por manter o Governo. “O PS em 2004 não aceitava o Santana porque Durão Barroso se quis ir embora voluntariamente, o Governo era uma coligação pós-eleitoral que estava desgastado e a solução Santana era tudo menos consensual e sólida, como se veio a ver”, refere uma fonte ao Expresso.
“As últimas eleições foram há um ano, o PS teve maioria absoluta, o PRR está em marcha, o Orçamento ainda nem está aprovado”, enumera outra fonte socialista, que deduz que o mais “desejável” e “sensato” era Marcelo permitir uma “transição interna” dentro da maioria. No entanto, “o Presidente personalizou a estabilidade em António Costa, o mais certo é ficar preso ao que disse”.
Já caso o chefe de Estado avance mesmo com as eleições antecipadas, os socialistas acreditam que seria benéfico agendá-las para um pouco mais tarde, sugerindo uma data próxima das europeias, que estão marcadas para Junho. Este período daria tempo ao PS para aprovar o Orçamento de Estado para 2024 e evitar os duodécimos e para que o partido pudesse eleger um novo líder.
PS em “estado de choque”
Os socialistas estão também em “estado de choque” e irritados com o comunicado da Procuradoria-Geral da República que menciona Costa, que acreditam ter sido escrito de forma “leviana”.
“Não é por atos praticados pelo primeiro-ministro, que não é nem arguido nem sequer suspeito, é por atos praticados por outrem que invocam o nome dele. Mas qualquer pessoa pode invocar o nome de outra”, critica um socialista.
Augusto Santos Silva também defendeu esta terça-feira que o Ministério Público “devia esclarecer e informar” melhor a população sobre os processos, algo que a PGR já disse que não iria fazer.
“Não podemos deixar de reconhecer que há um alarme social associado à realização de buscas a sedes de partidos ou a ministérios ou às instalações em que trabalha o primeiro-ministro”, afirmou ao Público e à Renascença, lembrando os casos de Leonor Beleza, Miguel Macedo ou Azeredo Lopes, “que viram as suas carreiras políticas interrompidas, para não dizer liquidadas, por processos dos quais saíram totalmente inocentados”.
Do lado dos pedronunistas, ouvem-se vozes a defender uma escolha através de eleições primárias abertas a simpatizantes, o mesmo modelo que levou à primeira eleição de António Costa como secretário-geral em 2014.
O problema é que as primárias são um processo mais lento e em 2014 foram precisos cinco meses para que as eleições se realizassem, algo que Marcelo Rebelo de Sousa também terá de ter em conta na sua decisão.
Quando é com outros as regras são umas quando é connosco as regras são outras.
O melhor seria o governo PS continuar com algum desses mencionados “senadores”. Há que completar a lei da eutanásia quanto antes!
Que nojo de gente! Que nojo… Portugal Portugal… Enquanto não houver uma mudança seria mesmo seria, temos e continuamos a ter que lidar com estes merdas de santos e silva e trinta por uma linha iguais a todos! o meu 25 de Abril que tanto lutei serviu para isto! Que nojo de gente que destruiu o meu pais.