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Próximas gerações vão pagar mais 25% de impostos para ter os mesmos benefícios

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Ana C. / Flickr

“Nos últimos anos verificou-se um forte acentuar da pobreza das crianças e dos jovens, com índices de pobreza superiores aos da população idosa e mesmo do conjunto da população”, conclui índice de justiça intergeracional.

Próximas gerações vão ter de pagar até mais de 25% de impostos nos 70 anos que se seguem se quiserem manter os atuais benefícios.

As conclusões são, segundo a Renascença, do índice de justiça intergeracional do Instituto de Políticas Públicas, divulgado esta quarta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

O aumento da pobreza entre as crianças e os jovens, se não for contrariada, poderá “acentuar o caráter estrutural da pobreza” em Portugal e marcar vincadamente” as oportunidades e a qualidade de vida que terão ao longo da sua vida, diz o estudo.

“Enquanto até ao início do presente século a população mais idosa era aquela que se confrontava com uma maior exposição à situação de pobreza, nos últimos anos verificou-se um forte acentuar da pobreza das crianças e dos jovens, com índices de pobreza superiores aos da população idosa e mesmo do conjunto da população”, lê-se no relatório de “Um Índice de Justiça Intergeracional para Portugal”, coordenado pelo professor catedrático Paulo Trigo Pereira.

“Em Portugal, bem como na generalidade dos países da União Europeia, assistiu-se nas últimas décadas a uma transformação significativa do perfil da população pobre“, observam os autores do trabalho.

No documento, assinala-se que em Portugal houve recessões em 1993, 2003, 2009, 2011-2013 e 2020, com reflexos nas taxas de desemprego, rendimentos e emigração.

No que toca à precariedade laboral, na década de 2010 houve uma tendência de aumento significativo da proporção de jovens com contratos a termo (35% em 2010), atingindo mais de metade dos contratos nos anos anteriores à pandemia (2016 a 2019).

“Se compararmos com os jovens europeus, vemos que não só na Europa esta proporção é muito menor (ronda os 20%) como não aumentou ao longo da mesma década”, lê-se no documento.

ZAP // Lusa

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