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Provedor da Santa Casa sob suspeita. Renda com desconto, gastos e bolsa investigados

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António Pedro Santos / Lusa

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho

A Polícia Judiciária (PJ) apreendeu documentos e computadores ao provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Edmundo Martinho, e à professora Maria da Luz Cabral. Em causa estarão suspeitas relacionadas com despesas, uma renda com desconto e uma bolsa de doutoramento.

As buscas realizadas nesta sexta-feira, 22 de Outubro, na provedoria da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e na Escola Superior de Saúde de Alcoitão (ESSA), que é gerida pela instituição, levaram à apreensão dos computadores pessoal e profissional de Edmundo Martinho, conforme avança o Público.

Os computadores de Maria da Luz Cabral, professora e coordenadora do Grupo de Trabalho de Políticas Públicas de Longevidade e a trabalhar na sede da Santa Casa, também foram apreendidos, segundo o mesmo jornal.

As buscas foram feitas no âmbito de uma investigação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ e terão resultado de um inquérito aberto após uma fiscalização à SCML feita pela Inspecção-geral do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Nos últimos tempos, surgiram várias notícias envolvendo os nomes de Edmundo Martinho e Maria da Luz Cabral, como recorda o Público, notando que a professora entrou para a ESSA quando o actual provedor ainda era vice-provedor e numa altura em que manteriam um relacionamento.

Na altura, “a sua contratação gerou polémica entre os restantes funcionários da SCML”, aponta o Público, frisando que Maria da Luz Cabral “entrou como professora e um mês depois foi promovida a coordenadora, com um vencimento de cerca de 3600 euros“.

Ainda nessa altura, a nora de Maria da Luz Cabral terá sido contratada para a Sociedade de Apostas Online e o irmão terá começado a trabalhar no Departamento de Jogos da Santa Casa.

Além destas questões, os investigadores estarão ainda a analisar as circunstâncias em que Maria da Luz Cabral recebeu uma bolsa paga pela SCML para fazer um doutoramento.

A professora terá apresentado “despesas de 20 mil euros num ano (entre 2017 e 2018)”, refere o Público. Mas uma fonte da SCML assegura ao jornal que “as despesas da professora estão justificadas, estando a maioria relacionadas com deslocações feitas no âmbito do doutoramento”.

Essa fonte recorda ainda que a SCML tem um programa de bolsas que também é destinado aos funcionários da própria instituição.

Outro assunto que está a ser alvo da análise dos investigadores judiciais é o facto de o provedor da SCML viver numa casa da Santa Casa com descontos na renda.

O Público nota que Edmundo Martinho vive num “T4 na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, alugado a 1 de Maio de 2018”, com um “desconto de 10% que por norma é atribuído a funcionários”. O provedor pagará, assim, 1620 euros por mês de renda.

ZAP //

4 Comments

  1. Haja explicações. Está lá por nomeação do Governo. Isto é grave. Sempre ouvi que a Santa Casa beneficiava os pobres e não os remediados ou os ricos da sociedade, como são estes senhores. A democracia está minada por estes senhores que se aproveitam dos lugares que ocupam.

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