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“É provável” que Rio seja reeleito líder do PSD, diz Mota Amaral

José Sena Goulão / Lusa

Mota Amaral, ex-deputado do PSD, presidente da Assembleia da República e do Governo Regional dos Açores

O antigo presidente da Assembleia da República e cofundador do PSD Mota Amaral está convicto que se o líder nacional do partido, Rui Rio, se recandidatar nas eleições diretas de 2020 “é provável” que seja reeleito.

Em artigo de opinião publicado nos jornais de Ponta Delgada “Diário dos Açores”, “Açoriano Oriental” e “Correio dos Açores”, o militante histórico considera que as possíveis alternativas “estão ainda muito próximas do passos-relvismo” e, “portanto, carimbadas pelo seu insucesso mirabolante na oposição ao Governo do PS e nas eleições autárquicas”.

“Alguns críticos talvez decidam mesmo optar por aderir ao Chega, pelos vistos chegado também ao parlamento naquela espécie de bodo aos pobres em que consiste a atribuição dos últimos lugares no gigantesco círculo eleitoral de Lisboa”, afirma o antigo presidente do Governo dos Açores. Para Mota Amaral o PSD “perdeu as eleições mas não foi arrasado, como estimavam alguns, que chegaram ao ponto de prever uma diferença de 20 pontos percentuais relativamente ao PS”.

O histórico social-democrata considera que “com alguma gesticulação excessiva e argumentos de vitimização desnecessários, Rui Rio “pôde apresentar-se com um discurso de estabilidade” e “até com disponibilidades patrióticas com o previsível Governo socialista minoritário, aliás de viabilidade mais do que duvidosa”.

Mota Amaral foi um apoiante de Rui Rio na corrida à liderança do partido e, nas últimas eleições europeias de maio, o líder do PSD/Açores indicou-o para integrar as listas de candidatos, mas o presidente do partido não lhe deu um lugar elegível, o que levou o histórico do PSD a não aceitar avançar e a estrutura regional, liderada por Alexandre Gaudêncio, a não fazer campanha como forma de protesto.

O antigo dirigente social-democrata declarou, na altura, que “desde o início que concorria para ajudar o PSD/Açores e não para um qualquer lugar de destaque na lista nacional, pondo como única condição que se tratasse de um lugar elegível, concretamente até ao quinto, sem excluir que fosse mesmo atrás do atribuído à Madeira”, já que entende que “os candidatos valem por si próprios e não pela ordenação que lhes é atribuída”.

Mota Amaral considerou que a credibilidade política de Rui Rio “ficou debilitada perante os militantes, simpatizantes e potenciais eleitores do PSD na Região Autónoma dos Açores”. “Quando se deslocou aos Açores, na fase de campanha para as eleições internas para a liderança, expressamente respondeu, em sessão pública, que manteria a tradição de haver um candidato dos Açores em posição elegível na lista para o Parlamento Europeu”.

Nas eleições legislativas de domingo, com base nos resultados do território nacional, faltando ainda apurar os votos e atribuir os quatro mandatos da emigração, o PS foi o partido mais votado, com 36,65% e elegeu 106 deputados, seguindo-se o PSD, com 27,90% e 77 eleitos, e o BE, com 9,67% e 19 deputados.

A CDU foi a quarta força mais votada, com 6,46%, elegendo 12 deputados, 10 do PCP e dois do PEV. O CDS-PP obteve 4,25% e elegeu 5 deputados, mais um do que o PAN, que recolheu 3,28% dos votos. Chega, Iniciativa Liberal e Livre conseguiram, pela primeira vez, um deputado cada um, com votações entre os 1,30% e os 1,09%.

Desde domingo e no rescaldo das eleições, insurgiram-se já várias vozes críticas contra Rio. No PSD, já há quem pense no próximo desafio eleitoral que o partido tem pela frente e Luís Montenegro recolhe apoios. O momento de arranque da candidatura do antigo líder parlamentar será um jantar em Espinho.

ZAP // Lusa

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