Um grupo de investigadores da Universidade de Sevilha, em colaboração com equipas das Universidades de Murcia e Marburg, identificou uma nova proteína que permite recompor o ADN. A proteína em questão chama-se criptocromo, e evoluiu para adquirir essa e outras funções dentro das células.
Segundo o portal Phys, uma das coisas que pode danificar o ADN é a radiação ultravioleta, levando a mutações que perturbam a função celular e podem permitir que as células cancerosas cresçam sem qualquer tipo de controlo.
Contudo, as nossas células têm sistemas auto-restauro do ADN para se defender contra este tipo de danos aos quais o corpo humano está sujeito. Um desses sistemas é baseado numa proteína, a fotoliase, que usa luz azul para reparar danos ao ADN antes este seja sujeito a alterações graves.
Ao longo da evolução, os genes da fotoliase duplicaram-se e especializaram-se, criando novas proteínas: os criptocromos, que aprimoraram a capacidade de receção de luz azul e desempenham agora outras funções nas células. Por exemplo, os criptocromos usam a luz azul como um sinal que regula o ritmo da atividade diária em fungos.
Os autores do estudo, que foi publicado na Current Biology em setembro, descobriram que no fungo Mucor circinelloides, patogénico humano, os criptocromos são a proteína responsável pela recuperação do ADN após a exposição à radiação ultravioleta, função que deve ser desempenhada pela fotoliase.
No mesmo estudo, os investigadores sugerem que os criptocromos neste fungo adquiriram a capacidade de restaurar o ADN durante a evolução de um criptocromo ancestral que não foi capaz de reparar o ADN. Esta descoberta ilustra a forma como as proteínas podem mudar, tendo em conta como as suas funções evoluem.