A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) desconsiderou o uso das SMS de alerta à população antes e durante as depressões “Elsa” e “Fabien”, que atingiram o país entre o fim desta semana e este domingo.
De acordo com o Jornal de Notícias, que avança a notícia este domingo, a ANEPC optou por não usar aquele que é considerado internacionalmente um dos melhores meios de aviso, que levou até o Governo a alterar a lei dos Sistemas de Alerta.
Em declarações ao matutino, Miguel Cruz, adjunto de operações da ANEPC, admitiu que “a opção passou por trabalhar mais a ligação com as populações via comunicados de imprensa com a colaboração dos órgãos de comunicação.
A tecnologia de contacto com a população, recorde-se, custou este ano mais de 900 mil euros. O Estado pagou este montante à Vodafone, NOS e MEO, sendo este um dos contratos que está sob investigação do Ministério Público no âmbito das golas anti-fumo.
Os contratos incluem sobre incêndios, situações meteorológicas adversas, cheias, tsunamis, entre outras situações, segundo os contratos publicados no portal Base.
“A ANEPC pretende implementar uma solução de aviso à população com recurso às redes móveis, através de mensagens escritas (SMS), comunicado à população potencialmente afetada pela iminência ou ocorrência de um acidente grave ou catástrofe, um aviso de proteção civil destinado a fornecer informação relacionada com o evento ou risco em causa e sobre as medidas de auto-proteção a adotar”, podia ler-se na nota publicada em junho.
1700 ocorrências, dois mortos e um desaparecido
A Proteção Civil registou, durante o dia deste sábado, 1.727 ocorrências relacionadas com o mau tempo, estando 144 pessoas desalojadas e 320 deslocadas por precaução, a maioria devido à subida das águas do rio Mondego.
Entre as ocorrências, que se somam às 9.500 registadas desde quarta-feira, a maioria relaciona-se com quedas de árvores.
Em declarações aos jornalistas pelas 20h00, na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção civil, em Carnaxide, o adjunto de operações Miguel Cruz deu conta de que a situação mais complicada é, neste momento, o distrito de Coimbra. Miguel Cruz referiu que os rios Mondego e Tejo (na zona de Constância) estão em alerta vermelho.
O balanço do mau tempo provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou este sábado o impacto da depressão Fabien, passa por dois mortos e um desaparecido e ainda condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica.