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“A proposta das 35 horas semanais é nossa” e pode criar 440 mil novos empregos

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Tiago Petinga / Lusa

A deputada do PCP, Rita Rato, intervém durante debate parlamentar

A deputada do PCP Rita Rato defendeu hoje que o agendamento do grupo parlamentar comunista das 35 horas semanais para o setor privado permitirá criar cerca de 440 mil novos postos de trabalho.

“O PCP decidiu agendar, por sua iniciativa, para o dia 18 de maio, a proposta de garantia das 35 horas para todos os trabalhadores, do setor público e privado. É um contributo no âmbito da valorização dos direitos dos trabalhadores, mas também da criação de emprego”, disse à Lusa Rita Rato.

A deputada comunista esclareceu que a proposta foi agendada pelo PCP, tendo sido posteriormente arrastado um projeto do PAN, a que outros partidos se podem ainda juntar, como o BE.

No sábado, a coordenadora nacional do BE, Catarina Martins, mencionou numa ação do partido uma iniciativa legislativa para alargar ao privado a redução de 40 para 35 horas semanais ao privado.

“Para o PCP, esta é uma matéria essencial, sempre foi, a redução da jornada de trabalho é uma matéria histórica da luta dos trabalhadores. O PCP entendeu agendar neste mês de maio, em que se assinalou o 1.º de Maio. Se outros nos quiseram acompanhar, acompanham sempre bem o PCP”, declarou.

De acordo com as estimativas do PCP, esta medida “significaria a criação de cerca de 440 mil empregos para ocupar as mesmas necessidades”. “É uma medida que faz acompanhar conquistas tecnológicas e científicas a conquistas sociais“, sustentou Rita Rato.

No sábado, a coordenadora do BE, Catarina Martins, anunciou que os bloquistas irão entregar na próxima semana no parlamento uma iniciativa legislativa para estender ao privado a redução de 40 para 35 horas de trabalho semanais.

O anúncio foi feito na intervenção de encerramento do X Encontro do Trabalho do BE, que decorreu em Lisboa, na qual Catarina Martins disse também esperar a aprovação de uma nova lei para o trabalho de turnos, que se encontra em discussão na especialidade.

Nada justificaria que ficasse por aprovar nesta legislatura“, referiu. A discussão da iniciativa legislativa decorrerá em 18 de maio, especificou Catarina Martins.

// Lusa

16 Comments

  1. trabalhar menos horas por semana e ainda querem aumentos nos ordenados!!!
    Maravilha!!!!
    qual é a empresa que aguenta isso???
    A seguir vão querer ficar em casa a semana toda, e ordenados com 100% de aumento.

    Tomem juizinho !!
    Aos que fazem estas exigências, porque não criem uma empresa propria, contratem trabalhadores com essas benesses e depois falamos….

  2. Finalmente começo a dar crédito ao PCP. Porque é que os funcionários do estado têm direito a 35 horas e os do privado não? Alguém que levante a voz sobre injustiças sociais!

  3. Estas propostas só têm objectivos eleitorais e vão atirar o PS para o colo da direita para não serem aprovadas.
    Por outro lado seria interessante saber porque razão os partidos não tomam a iniciativa de solicitar ao Tribunal Constitucional a verificação da constitucionalidade da Lei do Horário de Trabalho para a Função Pública diferente da aplicada aos trabalhadores do sector privado em clara violação do principio da igualdade.
    Se calhar é com medo que o Tribunal declare insconstitucional o horário de trabalho da Função Pública e venha obrigar a repôr o horário aprovado pelo governo do Passos Coelho.

    • Caro Belmiro, até parece ter razão quando levanta a questão da constitucionalidade da lei do horário de trabalho para a Função Pública. E tenho de admitir que, para certos casos, isso faz sentido. Só que perde a razão de ser quando se generaliza.
      Seria interessante conhecer as causas ou as razões para que a diferença de horas de trabalho semanal entre o sector público e o sector privado tenha existido e ainda exista.
      Depois, ter também a noção de que, em certos ramos de actividade, mais de 35 horas é contraproducente e, nalguns casos até, 35 hora já são demais.

  4. Bora lá PCP baixar o desemprego. Há muito patronato que usa e abusa. Já trabalhei numa empresa de viaturas de combate a incêndio em Esmoriz em que as horas extra apareciam no talão como prémio mensal. E eram muitas…

  5. Só se esquecem de referir quem paga a festa. Obviamente, o privado; empresários e trabalhadores. Todos com os seus impostos para que suas excelências possam trabalhar apenas 35 horas por semana.

    • Pois. Essa é uma realidade praticamente transversal a todo o país. Muitos preferem estar a mamar no rsi e no subsídio de desemprego. Conheço muitas empresas desesperadas por contratar pessoal. E nada. Na maioria das situações estão a procurar noutros países.

      • Eu consigo arranjar 5 engenheiros eletrotécnicos (nivel 6) e escolher o melhor, de uma semana para outra e a pagar 700€ ou até menos, para cumprir o mínimo obrigatório para a minha empresa laborar (1 engenheiro para o alvará).
        Ando há um mês à procura de um electrotécnico (nível 4) para a assistência técnica e estou em condições para pagar 850€ + viatura…

  6. Estes animais humanos, que nunca fizeram nada na vida querem trabalhar menos. Reduzam para 20 horas com o salário completo. Assim havia pleno emprego. Só que as empresas fechavam todas porque existem outras empresas noutros paises, e então é que era bom. Tudo prá praia.
    Vâo trabalhar cambada de malandros, estão a levar o país á ruina. Vendedores de Ilusões.

  7. É aberrante ver a quantidade de comentários de pessoas contra esta medida. É a prova do atraso do nosso país. Mentalidade de negreiro e de escravo. Gente, estamos no século XXI. Desde a revolução industrial nunca mais houve alterações significativas na jornada de trabalho, em desalinhamento com a brutal evolução tecnológica que já houve desde então. Nada justifica que se trabalhe 40 horas por semana quando a riqueza criada é gigantesca, cada vez mais mal distribuída e vai sempre parar aos bolsos dos mesmos. Isso nem sequer é bom em termos económicos, apenas ajuda a preservar a mentalidade negreiro/escravo vigente com que os pobres de espírito definem as suas vidinhas… Empresas que só conseguem subsistir por via da miséria e escravidão de quem lá trabalha, evidentemente que não fazem falta nenhuma nem têm lugar numa sociedade civilizada. É fechar já, que ontem já era tarde.

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