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Projeto da Universidade do Porto na linha da frente no combate à fome em África

O projeto INNOECOFOOD, liderado pela Universidade do Porto, visa produzir alimentos nutritivos, de forma sustentável e barata, em África, para mitigar a fome no continente, combater as alterações climáticas e criar empregos.

Um projeto liderado pela Universidade do Porto (UP) está na linha da frente para ajudar a mitigar a fome em África.

O INNOECOFOOD, criado em 2023 e iniciado em 1 de janeiro, é gerido pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto e terá uma duração de três anos, disse à Lusa António Marques, que lidera a investigação

De acordo com António Marques, a ambição é colocar quatro “ECOHUBS” de produção e negócio “inovadores em seis países africanos”, em que se melhoram “as explorações aquícolas locais utilizando tecnologias inovadoras como a Inteligência Artificial (IA) e a Internet das Coisas (IoT)”.

Esta iniciativa envolve Portugal, Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Turquia, Quénia, Uganda, Tanzânia, Namíbia, Gana e Egito.

As bases do projeto inovador

“Para apoiar os mercados e o comércio da União Europeia – União Africana, o INNOECOFOOD irá formar agricultores rurais, jovens e mulheres, para produzir e processar, de forma inovadora, duas espécies de peixe de aquacultura – peixe-gato e tilápia -, a microalga spirulina e cadeias de valor de insetos, que serão transformados em produtos alimentares humanos comercializáveis, certificados, e alimentos para animais”, declarou.

“Esta abordagem ‘do prado ao prato’ será alcançada através da utilização de recursos locais sustentáveis, de processos inovadores de refrigeração e secagem que utilizam energias renováveis, da redução do consumo de água e de sistemas circulares”, explicou.

Este projeto deseja ainda “capacitar e treinar” localmente 120 jovens e 120 mulheres nos ECOHUBS e 5.000 trabalhadores rurais, frisou.

As metas da iniciativa “visam apoiar a segurança alimentar e nutricional, promover práticas de aquacultura sustentáveis e criar oportunidades de mercado para produtos agroecológicos, abordando simultaneamente os desafios climáticos e económicos nas regiões envolvidas”, explicou.

O projeto contribui para a segurança alimentar nas comunidades locais através da produção de alimentos nutritivos; da capacitação e formação, que visa “empoderar essas populações em termos de educação, emprego, diversidade alimentar, rendimento e meios de subsistência seguros”; da sensibilização e educação nutricional e das práticas agroecológicas e da sustentabilidade.

Para quando ECOHUBS nos PALOP?

“O sucesso deste projeto será o catalisador para a elaboração de propostas futuras que permitam replicar a implementação do conceito dos ECOHUBS nos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa]”, refletiu António Marques.

O INNOECOFOOD é um projeto financiado pelo programa Horizonte Europa, um programa-quadro de investigação e inovação da Comissão Europeia, sendo que “o valor total dos custos elegíveis é de 6,7 milhões de euros, que serão distribuídos pelos 20 parceiros do projeto”, contextualizou.

Em relação ao continente europeu, os benefícios esperados do programa são a “transferência de tecnologia e inovação”, a “contribuição para os Objetivos de Sustentabilidade Global”, a troca de conhecimentos e desenvolvimento.

Além disso, a segurança alimentar e a redução da pobreza poderá reduzir a migração forçada e proporcionar “condições mais estáveis para investimentos e cooperação internacional”, concluiu.

ZAP // Lusa

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