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Novo programa da UE pode transformar Portugal no “Silicon Valley da Defesa”

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Mikhail Palinchak / EPA

A nova iniciativa europeia quer reduzir a dependência dos EUA e apostar em pequenas e médias empresas no setor da Defesa, o que pode beneficiar Portugal.

Num movimento estratégico para fortalecer a indústria de Defesa europeia, a União Europeia lançou um programa ambicioso, mas considerado realista, em resposta aos desafios trazidos pela guerra na Ucrânia e a crescente instabilidade no continente.

Thierry Breton, comissário europeu da Indústria, destacou a urgência de adotar uma “economia de guerra“, enfatizando a necessidade de independência europeia em relação aos aliados tradicionais, como os Estados Unidos, e de reindustrializar o setor da Defesa na Europa.

Este plano visa encorajar os países membros a investir em equipamento militar produzido dentro da Europa, com o objetivo de que, até 2030, pelo menos metade dos orçamentos de Defesa seja destinada a produtos fabricados no continente. Propõe-se ainda que 40% das compras de equipamento militar sejam feitas conjuntamente pelos países membros, visando melhorar a eficiência e reduzir custos através de encomendas em larga escala.

A crise na Ucrânia revelou vulnerabilidades significativas nas capacidades defensivas europeias, com países como a Alemanha a atingirem níveis críticos nas suas reservas de munições. A reação às declarações de Donald Trump sobre os compromissos de defesa da NATO sublinhou ainda mais a necessidade de a Europa assumir uma maior responsabilidade pela sua própria segurança.

O programa da Comissão Europeia inclui um fundo inicial de 1,5 mil milhões de euros para promover compras conjuntas de armamento e sugere a criação de um fundo de Defesa de 100 mil milhões de euros para acelerar o processo de reindustrialização. Apesar disso, especialistas na área admitem que, embora o plano seja um passo importante, pode não ser suficiente para superar todas as debilidades defensivas do continente, aponta a CNN Portugal.

Portugal poderá beneficiar consideravelmente desta estratégia, que favorece uma indústria da Defesa descentralizada e fornece apoio a pequenas e médias empresas através de financiamento.

“A nossa indústria é constituída por indústrias muito pequenas. É uma vulnerabilidade, mas também tem garante de alguma flexibilidade. Seria interessante que Portugal se posicionasse como pronto para ter pólos de tecnologia e de investigação e tornar Portugal uma espécie de Silicon Valley da Defesa da Europa”, comenta o major-general Agostinho Costa.

Além disso, a cooperação com a Ucrânia é vista como fundamental, dado o seu papel como “laboratório” para o desenvolvimento de novas tecnologias de armamento, especialmente em termos de drones e adaptações rápidas ao equipamento militar em resposta às necessidades do campo de batalha.

ZAP //

1 Comment

  1. Isto são boas notícias para Portugal, vamos industrializar portugal no belicismo. Portugal já foi um dos maiores produtores de armas e navios, largamos as armas e dissemos ao mundo como se pratica a diplomacia. Talvez seja o momento de fazermos uma viragem, temos gente qualificada e com vontade de trabalhar, se a europa quiser investir em portugal porque não. Os 27 da união europeia irão agradecer e o benefício será da europa.
    Vamos ver se o proximo PM quer ver com olhos postos numa europa única.

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