Os professores e educadores realizam, esta sexta-feira, uma greve nacional a exigir melhores condições de trabalho, sendo a primeira paralisação no atual ano letivo convocada pela plataforma de nove estruturas sindicais.
Cerca de três semanas após o arranque do ano letivo, docentes e educadores voltam a parar para exigir velhas reivindicações, como a contabilização integral do tempo de serviço congelado: Seis anos, seis meses e 23 dias.
“Os professores perdem anualmente milhares de euros por não lhes ser contado integralmente o tempo de serviço que cumpriram”, refere o pré-aviso de greve da plataforma, da qual fazem parte a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e a Federação Nacional de Educação (FNE).
Na segunda-feira, António Costa voltou a rejeitar a hipótese de uma recuperação integral do tempo de serviço dos professores, defendendo que o custo “é insustentável para o país” e que “tem de haver equidade” para todas as carreiras da função pública.
“Mas a luta continua”
Em resposta às declarações do primeiro-ministro, os dirigentes sindicais garantiram que os professores não vão desistir e que a luta vai continuar.
As organizações sindicais voltaram a sublinhar que estão disponíveis para uma recuperação faseada e lembram que esta não é a única reivindicação.
O fim das vagas para progressão aos 5.º e 7.º escalões e das quotas de avaliação são outras das exigências da plataforma, da qual fazem parte também o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) e o Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU).
“Os abusos e as ilegalidades nos horários de trabalho arrastam-se e são um dos fatores de profundo desgaste físico, psíquico e psicológico dos docentes”, refere o pré-aviso de greve.
Deputados sem vergonha
O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, considerou que os deputados socialistas na Assembleia da República, que são docentes e votaram “contra os seus colegas”, na passada quarta-feira, deviam “ter vergonha na cara”.
“É lamentável que alguns colegas nossos, que são deputados do Partido Socialista, tenham conseguido votar contra os seus colegas, esquecendo-se que se estivessem nas escolas, era o salário dos colegas que eles tinham”, referiu.
O PS chumbou na quarta-feira, no parlamento, todas as iniciativas legislativas que propunham a recuperação faseada do tempo de serviço de professores, uma das principais reivindicações dos docentes.
“Pensarem que desta forma, absolutamente vergonhosa, vão conseguir continuar a ser alimentados por um aparelho que os mantém como deputados, deviam ter vergonha na cara esses professores que são deputados desse partido”, acrescentou à entrada do Centro Escolar Norton de Matos, em Coimbra.
Não docentes também fazem greve
Na próxima segunda-feira, 9 de outubro, será a vez de os trabalhadores não docentes fazerem uma greve pela valorização das profissões, na sequência do pré-aviso entregue apenas pelo Sindicato Nacional dos Profissionais da Educação (SINAPE), que também faz parte da plataforma.
Segundo o SINEPE, estes profissionais vivem desde 2010 “uma desvalorização salarial”, uma vez que as suas “tabelas foram ‘engolidas’ pelo ordenado mínimo nacional, sem que existisse uma reestruturação das carreiras”.
Fenprof, FNE, ASPL, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU são as nove organizações sindicais de docentes da plataforma.
O ano letivo começou com uma semana de greves de professores e pessoal não docente convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P).
ZAP // Lusa
‘António Costa voltou a rejeitar a hipótese de uma recuperação integral do tempo de serviço dos professores, defendendo que o custo “é insustentável para o país”’ – O único custo insustentável para o país já toda gente sabe qual é.
Os professores e restante função pública com as suas greves entre feriados e para lhes dar fins de semana prolongados querem ser levados a sério?
Façam greves como deve ser sem estar a tentar ter mais dias de fim de semana e a comparecer realmente nas manifestações, antigamente ninguém fazia greves em casa.
A função pública é um grande cancro em Portugal porque quem se lixa com isto tudo é sempre o povo que trabalha nos privados que tem de trabalhar porque não se pode dar ao luxo de fazer greves dia sim dia não, tem de gerir o facto de os filhos estarem a ficar cada vez mais prejudicados com tantas aulas em falta e ainda se tem de desdobrar para arranjar solução para onde os filhos vão ficar em todos estes dias de greve. Depois queixam-se que os estrangeiros estão a ficar com a maior parte dos empregos.
Estes incompetentes não podem ter lugar no governo português. Portugal merece melhor!