Um professor de Estudos Sociais barricou-se, esta quarta-feira, numa sala de aula de uma escola secundária do Estado norte-americano da Geórgia e disparou um tiro de pistola, indicaram as autoridades.
Na altura deste incidente, não havia alunos na sala de aula, e o único ferimento relatado foi o de uma estudante que se magoou no tornozelo ao correr, quando a escola secundária de Dalton foi evacuada.
O professor, Jesse Randal Davidson, foi detido sem resistência depois de um confronto de entre 30 e 45 minutos com os agentes policiais, precisou o porta-voz da polícia de Dalton, Bruce Frazier.
Davidson, de 53 anos, costuma fazer os relatos dos jogos da equipa de futebol e de basquetebol da escola, referiu a polícia no Twitter.
A polícia não esclareceu ainda por que razão o docente disparou a arma, mas frisou que este apontou para longe, por uma janela exterior, enquanto o diretor da escola tentava destrancar a porta da sala.
Depois do tiro, todas as saídas da escola foram imediatamente bloqueadas.”Não sei se ele estava apenas a disparar a arma para dizer às pessoas que se afastassem ou assim”, disse o porta-voz das autoridades.
Desconhece-se ainda que acusações o professor virá a enfrentar.
O disparo deu-se duas semanas depois do massacre perpetrado por um rapaz de 19 anos, na escola secundária de Parkland, na Florida, que se saldou em 17 mortos – 14 alunos e três professores – avivando o debate sobre a necessidade de legislação sobre porte de armas nos EUA.
Este é o primeiro incidente do género ocorrido depois de Trump ter sugerido que massacres como o de Parkland não aconteceriam se cada professor tivesse uma arma.
Trump pede lei bipartidária ao Congresso
O Presidente recebeu na Casa Branca um grupo de congressistas e senadores republicanos e democratas, e acusou alguns deles de terem medo da Associação Nacional de Espingardas (NRA), poderoso grupo de pressão que se opõe a maior controlo das armas.
“Alguns de vocês estão petrificados de medo em relação à NRA e não podem estar”, disse o chefe de Estado norte-americano.
O mandatário assegurou estar disposto a desafiar essa organização em algumas propostas e opinou que, em vez de aprovar leis separadas, o ideal seria fazer passar uma única medida legislativa que aborde vários dos problemas relacionados com os frequentes tiroteios em escolas.
“Se todos vocês se conseguirem unir e impulsionar uma grande peça legislativa, creio que podem ter um resultado incrível no Congresso”, defendeu.
O Presidente prognosticou que o Senado norte-americano, que em 2013 não aprovou qualquer medida após um tiroteio em que morreram 20 crianças em Newtown (Connecticut), conseguirá agora reunir “mais de 60 votos” para aprovar uma lei de controlo das armas. “Vai ser um voto com mais sucesso, e eu irei assiná-lo”, declarou.
Trump disse estar a pensar sobre a possibilidade de aumentar de 18 para 21 anos a idade mínima para comprar espingardas semiautomáticas, como a utilizada no tiroteio de Parkland, uma proposta rejeitada pela NRA.
O Presidente recordou que, no passado domingo, almoçou com responsáveis da NRA, que identificou como “patriotas que amam” o seu país, mas realçou que “isso não significa” que tenha de estar de acordo com eles.
Até agora, Trump tinha sido cauteloso para não contradizer a NRA, um grupo que doou 30 milhões de dólares (25 milhões de euros) para a sua campanha presidencial de 2016 e a quem prometeu que teriam “um amigo na Casa Branca”.
O mandatário disse aos congressistas que não deveriam preocupar-se se a NRA os “apoiou” nas suas campanhas eleitorais e defendeu que serão “mais populares se fizeram algo” sobre as armas. “A NRA tem um grande poder sobre vocês. Tem menos poder sobre mim”, garantiu.
O senador democrata Chris Murphy, que representa o estado do Connecticut e que tentou fazer passar um maior controlo das armas após o tiroteio de Newtown, disse ao Presidente que, na sua opinião, estava a “subestimar o poder” da NRA.
“O grupo de pressão das armas teve poder de veto de cada legislação que passou pelo Congresso”, sublinhou Murphy.
Até ao final desta semana, o chefe de Estado deverá apresentar propostas definitivas para reduzir a violência armada nas escolas, depois de ter lançado algumas sugestões nos últimos dias.
ZAP // Lusa