A população de Chaves votou contra a reabertura ao trânsito automóvel na ponte romana, no referendo local realizado hoje, no qual votaram 12% dos eleitores recenseados no concelho e o ‘não’ obteve mais de 85% dos votos.
De acordo com os resultados divulgados pela Câmara de Chaves, no distrito de Vila Real, o ‘não’ à reabertura da ponte romana ao trânsito automóvel de ligeiros, num único sentido, venceu com 4.440 votos (85,37%).
No total, votaram 5.250 eleitores, que corresponde a 12,07% dos 43.480 recenseados. O ‘não’ venceu em todas as 39 freguesias do concelho, com o ‘sim’ a receber um total de 769 votos (14,79%).
Registaram-se ainda 14 votos brancos (0,27%) e 35 votos nulos (0,67%), com a abstenção a fixar-se nos 87,93%.
O referendo local em Chaves, sobre a reabertura ao trânsito automóvel na ponte romana, que está classificada como monumento nacional, tinha uma única pergunta de resposta “sim” ou “não”: “Concorda com a reabertura da ponte romana de Chaves ao trânsito de veículos automóveis ligeiros, num único sentido?”.
A Ponte Romana de Chaves, também chamada ponte de Trajano, localiza-se sobre o rio Tâmega, na cidade de Chaves. Com cerca de 150 metros de comprimento, foi concluída no tempo do Imperador Trajano, entre o fim do século I e o princípio do século II d.C., sendo considerada uma obra notável de engenharia. Atualmente, encontra-se encerrada ao trânsito, funcionando apenas como ponte pedonal.
Este ato eleitoral foi o primeiro a ocorrer desde que começou a pandemia de covid-19, o que motivou a publicação de medidas de prevenção no sítio oficial na Internet do Ministério da Administração Interna (MAI).
A proposta para a realização do referendo em Chaves tinha sido apresentada pelo executivo liderado por Nuno Vaz e aprovada em reunião de câmara em 22 de junho, e foi também aprovada em Assembleia Municipal de Chaves e validada pelo Tribunal Constitucional.
O autarca tinha referido à agência Lusa que o compromisso para realizar o referendo surgiu na campanha eleitoral de 2017 e que não se iria pronunciar sobre a sua intenção de voto – para “não influenciar nenhuma das decisões” -, e apelou à participação dos cidadãos de todo o concelho.
ZAP // Lusa