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Primeiro-ministro tunisino terá sido agredido antes de concordar em renunciar

O primeiro-ministro da Tunísia, Hichem Mechichi, terá sido alegadamente agredido dentro do palácio presidencial antes de ser afastado de cargo pelo chefe de Estado do país, Kais Saied.

Mechichi e o restante governo foram demitidos na terça-feira, num ato descrito pelos críticos como um golpe de Estado, noticiou o Independent. Saied, que dissolveu o parlamento e anunciou que assumiria o controle como procurador-geral, afirmou que as suas ações são constitucionais e necessárias para restaurar a estabilidade política.

Contudo, de acordo com o Middle East Eye, Mechichi foi chamado ao palácio presidencial na terça-feira, tendo-lhe sido ordenado que se afastasse das funções. Quando recusou, terá sido espancado, sofrendo ferimentos “significativos”, revelou o site de notícias. As informações avançadas ainda não foram verificadas de forma independente.

Mechichi, de 47 anos, não foi visto em público desde que foi dispensado. Em comunicado, negou as alegações de que está em prisão domiciliar, informando ainda que não é um “elemento perturbador” e que estava preparado para entregar o poder a um novo primeiro-ministro nomeado pelo Presidente.

“Entregarei a responsabilidade àquele que será confiado pelo Presidente da República para chefiar o governo dentro do ano de deliberação que o nosso país tem seguido desde a revolução e no respeito às leis que cabem ao estado, desejando todo o sucesso para a nova equipa do governo”, referiu.

Apesar de várias figuras da oposição classificarem as ações de Saied como golpe, o Presidente – eleito com 70% dos votos em 2019 – mantém o apoio público.

Além de depor Mechichi e dissolver o parlamento, Saied enviou soldados para impedir que os parlamentares entrassem no edifício, estabelecendo o recolher obrigatório em todo o país e proibindo reuniões públicas com mais de três pessoas.

Fontes anónimas citadas pelo Middle East Eye afirmaram que oficiais de segurança do Egito estavam presentes quando Saied forçou Mechichi a renunciar e que estes estavam a dirigir a operação do suposto golpe.

Em maio, o mesmo órgão de comunicação revelou ter tido acesso a documentos sobre um plano de Saied para tomar o poder. Na época, o Presidente admitiu que o documento era genuíno, mas que se tratava apenas de um conselho do seu gabinete e não de uma proposta oficial.

Taísa Pagno //

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