O primeiro-ministro de Malta anunciou este domingo que se vai demitir em janeiro, na sequência da pressão da população para revelar a verdade sobre o atentado à bomba que matou uma jornalista em 2017.
Numa mensagem transmitida esta noite pela televisão nacional, o primeiro-ministro, Joseph Muscat, disse ter informado o Presidente do país que vai deixar a liderança do Partido Trabalhista, no poder, em 12 de janeiro, e que “nos dias seguintes” irá demitir-se do cargo de primeiro-ministro.
Previamente, o contestado primeiro-ministro tinha garantido um voto de confiança dos deputados do Partido Trabalhista, apesar das crescentes alegações sobre o envolvimento do seu antigo chefe de gabinete no atentado.
O grupo parlamentar expressou o seu “apoio unânime” a Muscat, no poder desde 2013, e “às decisões que optar por tomar”.No sistema parlamentar maltês, o chefe do partido que vencer as eleições legislativas torna-se de imediato primeiro-ministro.
Os media da ilha mediterrânica tinham admitido que poderia permanecer em funções até janeiro, quando o congresso do seu partido eleger um novo líder.
A jornalista de investigação Daphne Caruana Galizia, de 53 anos, foi assassinada em 16 de outubro de 2017 por uma bomba colocada na sua viatura.
A sua família (em particular os dois filhos), a oposição (Partido Nacionalista) e movimentos cívicos acusaram Muscat de ingerência no inquérito em curso, ao proteger em particular o seu colaborador próximo e ex-chefe de gabinete, Keith Schembri.Na sexta-feira, milhares de manifestantes desceram à rua, para exigir a demissão de Muscat.
// Lusa